terça-feira, 19 de julho de 2011

O Livro dos Espíritos

O Livro dos Espíritos surgiu em 18 de abril de 1857, representando um verdadeiro marco de luz que anunciava o início de uma nova era: a Era do Espírito.
Nele se cumpre a promessa do Consolador, anunciado por Jesus.
Até esta data, identificamos um espiritualismo com bases superficiais. Desde então, vivemos um espiritualismo científico, baseado nas leis da natureza, à luz da lógica, que tem poder de renovação do ser humano.
Como nos esclarece o professor Herculano Pires, quando o mundo se preparava para sair do caos das civilizações primitivas, apareceu Moisés, e de suas mãos surgiu a primeira revelação; mais tarde, quando a influência bíblica já havia modelado um povo e quando esse povo já se dispersava pelo mundo, espalhando a nova lei, apareceu Jesus, e de suas palavras e exemplos surgiu o Evangelho, a segunda revelação.
Assim como na Bíblia já se anunciava o Evangelho, também aparecia um novo código, o Espírito da Verdade; e o novo código surgiu pelas mãos de Allan Kardec, sob orientação do Espírito da Verdade, no momento exato em que o mundo se preparava para entrar numa fase superior do seu desenvolvimento.
O Evangelho é a codificação que brilha no centro das três revelações, tendo na figura do Cristo o sol que ilumina as duas outras e lança a sua luz sobre o passado e o futuro.
O Livro dos Espíritos se divide em quatro livros:

Livro primeiro – que se refere a Deus, à criação e aos elementos gerais do universo.

Livro segundo – fala sobre os espíritos, as reencarnações, “as existências”, a vida espírita, a emancipação da alma e assuntos semelhantes.

Livro terceiro – aborda as leis morais.

Livro quarto – focaliza o tema esperanças e consolações.

Codificação Espírita

“O  Livro dos Espíritos”  - 1857
“O Livro dos Médiuns” – 1861
“O Evangelho Segundo o Espiritismo” – 1864
“O Céu e o Inferno” – 1865
“A Gênese” – 1868

Ao analisarmos a codificação espírita – que é composta por cinco livros (Pentateuco Kardequiano), concluímos que “O Livro dos Espíritos” é a espinha dorsal do Espiritismo. Nele se encerra toda a doutrina, e nos demais temos esclarecimentos, elucidações, lições complementares que facilitam a compreensão.
Há uma análise do professor Herculano Pires, demonstrando que todos os livros da codificação podem ser identificados em “O Livro dos Espíritos”:

“Assim como na Bíblia há o núcleo central do Pentateuco, e no Evangelho o do ensino moral do Cristo, em “O Livro dos Espíritos”, podemos encontrar uma parte que se refere a ele mesmo, ao seu próprio conteúdo: é o constante dos Livros I e II, até o capítulo V. Esse núcleo representa, dentro da esquematização geral da codificação, que encontramos no livro, a parte que a ele corresponde. Quanto aos demais, verificamos o seguinte:

1º) O Livro dos Médiuns trata especialmente da parte experimental da doutrina, tem a sua fonte no Livro II de O Livro dos Espíritos,  a partir do capítulo 6º até o final. Toda a matéria contida nesta parte é reorganizada e ampliada principalmente a que se refere ao capítulo 9º: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corpóreo. Aborda os espíritos, as reencarnações, ‘as existências’, a vida espírita, a emancipação da alma e assuntos semelhantes.

2º) O Evangelho Segundo o Espiritismo é uma decorrência natural do Livro III, em que são estudadas as leis morais, tratando-se especialmente da aplicação dos princípios da moral evangélica, bem como dos problemas religiosos da prece e da prática da caridade. Nesta parte o leitor encontrará, inclusive, as primeiras formas de Instruções dos Espíritos, comuns àquele livro (O Livro dos Espíritos), com a transcrição de comunicações por extenso e assinadas, sobre questões evangélicas.

3º) O Céu e o Inferno decorre do livro IV, Esperanças e Consolações, em que são estudados os problemas referentes às penas e aos gozos terrenos e futuros, inclusive com a discussão do dogma das penas eternas e a análise de outros dogmas, como  o da ressurreição da carne  os do paraíso, inferno e purgatório.

4º) A Gênese, os milagres e as predições, relaciona-se aos capítulos II, III e IV do Livro I, e capítulos IX, X e XI do Livro II, assim como as  partes do capítulo III que tratam dos problemas genésicos e da evolução física da Terra. Por seu sentido amplo, que abrange ao mesmo tempo as questões de formação e do desenvolvimento do globo terreno e as referentes a passagens evangélicas e das escrituras, esse livro da Codificação se ramifica de maneira mais difusa que os outros, na estrutura da obra-mãe.

5º) Os pequenos livros introdutórios ao estudo da doutrina, O Principiante Espírita e O que é o Espiritismo, que não se incluem na Codificação, também estão diretamente relacionados  com O Livro dos Espíritos, decorrendo da Introdução e dos Prolegômenos.

A Codificação se apresenta, pois, como um todo homogêneo e consequente. “À luz desse estudo, caem por terra as tentativas de separar um ou outro livro do bloco da Codificação, como possível expressão de uma forma diferente de pensamento.”

Sendo, portanto, O Livro dos Espíritos, um livro básico, deve ser lido, estudado, meditado e relido constantemente. Deve estar sempre à nossa vista, como fonte de consulta permanente.

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