Soube hoje ao ler o ND que o Programa Chão Farrapo está se despedindo depois de seis anos de bons serviços prestados ao tradicionalismo gaúcho. Confesso que ainda estou sem palavras para definir o que estou sentindo... Não sei mais como serão as minhas manhãs de domingo. Vou procurar uma companhia para o café da manhã, ou vou sair de casa em busca do que não vou encontrar?
Já conheço o Lima de longa data. A Lena e a equipe do programa entraram na minha vida aos poucos, ao longo de uma convivência, que foi se transformando em amizade e admiração ao longo de viagens e eventos que cobrimos na época do Alma de Galpão e Desgarrados da Querência.
Assim como eu devem estar os telespectadores e os tradicionalistas sérios que lutam pela preservação dos nossos costumes e valores, que andam esquecidos nos dias de hoje. Há pouco lia um texto escrito por Ademir Canabarro no sítio Bombacha Larga, sobre este assunto com o título: "Não vamos matar os avós para ficarmos com os netos".
Os CTGs, rodeios, festivais de música nativista, eventos e escolas de dança gaúcha não só devem ser preservados, como também ampliados com investimentos em novos espaços. É que nestes locais a mulher é amada, respeitada e chamada de prenda, que significa presente, jóia, algo de muito valor. Os avós são respeitados pelos netos, os flhos respeitam os pais e cumprimentam os mais velhos, sem ter vergonha deles. Nos locais de tradicionalismo a família é o início de tudo. A verdade, honestidade, cumprimento da palavra, sinceridade, lealdade, amizade, disciplina, limites e tantos outros valores campeiam soltos. As crianças e jovens são bem educados.
A pilcha representa a tradição e os nossos antepassados, que nos legaram tudo isto. Em bailes gaúchos, o maxixe não entra, nem as bandas modernizadas ou tchê music, que vem deturpando e tentam descaracterizar o tradicionalismo.
O Chão Farrapo tem história e mostrou o verdadeiro tradicionalismo em vários rincões, extrapolando os limites de SC e do Brasil. É com profunda tristeza que faço esta homenagem. Entendo que os apresentadores e a equipe, que tanto se dedicaram, precisam dar um tempo, voltar às suas atividades profissionais, mas a lacuna aí está e de certa forma muda o conceito de que ninguém é insubstituível. O Chão Farrapo é.
Véra Regina Friederichs
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