Palco do Cine Teatro X de Novembro.
Abrem-se as cortinas.
Cine lotado.
Um arrepio gelado percorre o meu corpo.
As pernas tremem.
A boca seca.
O medo toma conta de mim.
Antes de me recuperar do susto, a música começa a tocar.
É bem conhecida.
De antigamente.
Lacinhos Cor-de-rosa, com Celly Campello.
Enquaanto o cérebro processava tudo isso, as minhas amigas da terceira idade e eu já estávamos dançando.
É incrível como a música nos leva a lugares bem diferentes de onde estamos, nos transportando ni, túnel do tempo, como agora, que voltamos aos anos 60.
conferindo com o figurino, fechou. Estávamos de saia rodada godê preta, com bolinhas cor-de-rosa e sapatilhas pretas com lacinhs cor-de-rosa em tearase nas sapatilhas.
O cenário tirava qualquer dúvida., trabalhando o tema dos anos 60.
Enquanto dançávamos, uma sensação maravilhosa me invadia e eu flutuava, sem alcançar o chão. Pra quem dançava num auditório lotado pela primeira vez, estava me sentindo uma Ana Botafogo. Nem queria saber se ela só dançava música clássica.
A dança é minha, o momento é meu, e ela vaidançar o que eu quiser.
Voltando ao encantamento da dança, senti o meu corpo separar da alma e sair em viagem até o teto do teatro, por cima da cabeça dos espectadores.
Foi então que eu descobri que enquanto quem canta seus males espanta,quem dança eleva a sua alma.
Texto: Vera Regina Friederichs
Jornalista e escritora - DRT SC 0777
Rua Cláudio Matias de Souza 243 , Ubatuba - São Francisco do Sul
Para Concurso da Academia de Letras de São Francisco do Sul
Tema: Dança