quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Os Gaúchos


Por Arnaldo Jabor

O Rio Grande do Sul é como aquele filho que sai muito diferente do resto da família. A gente gosta, mas estranha. O Rio Grande do Sul entrou tarde no mapa do Brasil. Até o começo do século 19, espanhóis e portugueses ainda se esfolavam para saber quem era o dono da terra gaúcha. Talvez por ter chegado depois, o Estado ficou com um jeito diferente de ser.
Começa que diverge no clima: um Brasil onde faz frio e venta, com pinheiros em vez de coqueiros, é tão fora do padrão quanto um Canadá que fosse à praia. Depois, tem a mania de tocar sanfona, que lá no RS chamam de gaita, e de tomar mate em vez de café. Mas o mais original de tudo é a personalidade forte do gaúcho. A gente rigorosa do sul não sabe nada do riso fácil e da fala mansa dos brasileiros do litoral, como cariocas e baianos. Em lugar do calorzinho da praia, o gaúcho tem o vazio e o silêncio do pampa, que precisou ser conquistado à unha dos espanhóis.
Há quem interprete que foi o desamparo diante desses abismos horizontais de espaço que gerou como reação, o famoso temperamento belicoso dos sulinos.
É uma teoria - mas conta com o precioso aval de um certo Analista de Bagé, personagem de Luis Fernando Veríssimo que recebia seus pacientes de bombacha e esporas, berrando: "Mas que frescura é essa de neurose, tchê?"
Toda gaúcha ama sua terra acima de tudo e está sempre a postos para defendê- la. Mesmo que tenha de pagar o preço em sangue e luta.
Gaúcho que se preze já nasce montado no bagual (cavalo bravo). E, antes de trocar os dentes de leite, já é especialista em dar tiros de laço. Ou seja, saber laçar novilhos à moda gaúcha, que é diferente do jeito americano, porque laço é de couro trançado em vez de corda, e o tamanho da laçada, ou armada, é bem maior, com oito metros de diâmetro, em vez de dois ou três.
Mas por baixo do poncho bate um coração capaz de se emocionar até as lágrimas em uma reunião de um Centro de Tradições Gaúchas, o CTG, criados para preservar os usos e costumes locais. Neles, os durões se derretem: cantam, dançam e até declamam versinhos em honra da garrucha, da erva-mate e outros gauchismos. Um dos poemas prediletos é "Chimarrão", do tradicionalista Glauco Saraiva, que tem estrofes como: "E a cuia, seio moreno/que passa de mão em mão/traduz no meu chimarrão/a velha hospitalidade da gente do meu rincão." (bem, tirando o machismo do seio moreno, passando de mão em mão, até que é bonito).

Esse regionalismo exacerbado costuma criar problemas de imagem para os gaúchos, sempre acusados de se sentir superiores ao resto do País.
Não é verdade - mas poderia ser a julgar por alguns dados e estatísticas.
O Rio Grande do Sul é possuidor do melhor índice de desenvolvimento humano do Brasil, de acordo com a ONU, do menor índice de analfabetismo do País, segundo o IBGE e o da população mais longeva da América Latina, (tendo Veranópolis a terceira cidade do mundo em longevidade), segundo a Organização Mundial da Saúde. E ainda tem as mulheres mais bonitas do País, segundo a Agência Ford Models. (eu já sabia!!! rss) Além do gaúcho, chamado de machista", qual outro povo que valoriza a mulher a ponto de chamá-la de prenda (que quer dizer algo de muito valor)?
Macanudo, tchê. Ou, como se diz em outra praças: "legal às pampas", uma expressão que, por sinal, veio de lá.

Aos meus amigos gaúchos e não gaúchos, um forte abraço!


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Os Acordos da Vida


Leitura: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, capítulo 17 Sede Perfeitos, item 3, O Homem de Bem

“Os Acordos da Vida”

No livro “Os Quatro Compromissos”, D.Miguel Ruiz, escritor mexicano, ensina quatro propostas da filosofia Tolteca para que a pessoa seja feliz. Cada um destes compromissos ou acordos pode ser comparado com os ensinamentos de Jesus e do Espiritismo.
 Viver na terra é difícil, porque, durante a vida, tomamos decisões que podem nos afastar do caminho do bem. Para nos auxiliar, a providência divina envia mensageiros do bem, que nos indicam os rumos mais seguros. Eles têm orientado a humanidade desde tempos imemoriais.
Os Toltecas eram homens e mulheres com muita sabedoria, que viveram há três mil anos, no sul do México.  Entre eles havia muitos artistas e cientistas que procuravam manter acesas as culturas espiritualistas e a de seus antepassados. Eles viviam na cidade das Pirâmides, onde os homens se tornavam deuses.
Por muito tempo, os toltecas tiveram que esconder a sua filosofia diante da cultura européia, mas foram transmitindo seus conhecimentos de geração a geração, até que D.Miguel Ruiz, que era um deles, nos brindou com os quatro compromissos ou acordos. De uma forma geral, Acordos são aprendizados adquiridos, muitas vezes sem percebermos, sem avaliarmos, que passam a reger a nossa vida. Eles nos podem tornar felizes ou infelizes.
O primeiro acordo para que a pessoa seja feliz é "Falar de forma impecável para que o nosso falar construa o bem, a paz e a felicidade". As nossas palavras estão revestidas de energia. Se humilharmos uma pessoa, estamos, junto com as palavras, enviando energias que poderão influenciar negativamente aquela pessoa. Se falarmos para nós mesmos palavras pessimistas, estamos dirigindo contra nós energias envenenadas. Por isso, esse primeiro acordo lembra o cuidado que devemos ter com as nossas palavras, para que elas veiculem energias benéficas.
Não se trata de um purismo linguístico ou de correção gramatical, mas que busca no ato de falar uma força de poder. A palavra tem força criadora. O que falamos tem força. Com o que falamos construímos ou destruímos. Não é bem a palavra que tem este poder, mas a energia com que falamos. As palavras que utilizamos a nosso respeito se voltam para nós. Se forem positivas, a favor; negativas, contra.
Vamos usar este poder, falando para construir o bem. Quantas vezes, a pessoa atormentada fala: “Eu não valho nada. Não sirvo para nada”. Passada a situação, justifica: “Eu disse numa hora de raiva. Outras vezes, diz para outros. Estamos direcionando para nós ou para os outros o que dizemos, porque aceitamos.
A proposta dos Toltecas em relação à fala é comparável à de Jesus e a de Saulo de Tarso. Eles nos  dizem: “O mal não é o que entra pela boca, mas o que sai dela”. E “A boca fala daquilo que o seu coração está cheio”.
Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, questão 766 pergunta: “A vida social faz parte da Natureza?” E o Espírito de Verdade responde: “Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus não deu inutilmente ao homem a fala e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação social.
(Relacionar com o interesse atual por banalidades e em conhecer a vida íntima dos outros e à falta de interesse por leitura e atividades culturais, que nos elevem espiritual e moralmente).
Paulo nos recomenda: “Fala aquilo que convém à sã doutrina”.
O segundo acordo é "Não tomar nada pessoalmente". Temos o hábito de tomar tudo pessoalmente, levando a mal as ocorrências da vida. Se formos ofendidos, não devemos levar a ofensa para o lado pessoal. Devemos verificar se a crítica tem algum fundamento, aproveitá-la para o nosso crescimento, em vez de nos ofendermos e absorvermos o desequilíbrio espiritual do ofensor, ficando infelizes. Devemos estudar maneiras para lidar com as críticas e com os elogios de forma a não ficarmos vaidosos com o aplauso, nem arrasados com a crítica.
O nosso grande problema é tomar tudo como se fosse para nós. Começamos a fazer do lixo da alma alheia o nosso lixo. Quando alguém nos disser uma palavra agressiva, isso é com ele. Muitas vezes, a pessoa está brigando com ela mesma. Temos uma expressão que define pessoas assim: “Fulano se acha”, porque diz coisas que não são para ninguém. 
Quando levo pessoalmente, dá vontade de me vingar.
Os toltecas eram mais felizes, porque não levavam para si as coisas positivas nem negativas. Camilo, o guia espiritual de Raul Teixeira lhe recomendou........ aplausos ou críticas. Desta forma ele não fica vaidoso quando acerta e nem se arrasa quando erra.
O Terceiro Acordo é "Não fazer suposições". Costumamos fazer suposições sem averiguar, sem ajuizar e sem procurar confirmação. Normalmente, não temos coragem de verificá-las. Temos a pretensão de, em todas as circunstâncias, ter o nosso juízo sempre correto. Com esta atitude não estamos sendo humildes. Este acordo é mais difícil que os anteriores. Se alguém sorri, dizemos: “Do que aquela hiena está rindo? Só pode ser de mim. E muitas vezes não é.
Num casamento a moça supõe que o amor que ela sente é o mesmo que ele sente por ela. E às vezes não é. Não existe um amorômetro.
Outro exemplo: ela é romântica e ele é frio. Ela supunha que ele era tão meloso quanto ela. E teve seus sonhos frustrados porque supôs e não checou antes do casamento.
O homem espera que a esposa leve café na cama, e que não saia da cozinha inventando comidinhas para ele. E ela detesta cozinha. Ele se frustra porque acreditou na sua suposição e não perguntou.
Quantos percebem os defeitos dos namorados e namoradas e dizem que quando casarem resolverão, que vão consertá-los. E não vão. Para isso existe o falar. Se levarmos a sério todas as nossas suposições, a vida se tornará um inferno.
Jesus disse: “Não julgueis”. A suposição é um julgamento. Quando houver o ti-ti-ti vamos aclarar, vamos ver o que está havendo, vamos procurar o envolvido e esclarecer a questão antes que se torne uma bola de neve.
Chico Xavier e o confrade. Abraçou um bambu.
O quarto acordo é: "Faça o melhor, no tempo disponível", e nos ensina que devemos esforçar-nos para que o nosso trabalho e tudo o que fizermos tenha qualidade.
É uma lição de humildade e de simplicidade. Nós desatendemos as regras do bom senso. Queremos fazer as coisas acima dos nossos limites para depois reclamarmos. A lei do trabalho aparece em “O Livro dos Espíritos”, mas logo depois vem a lei do repouso.
Trabalho acima das minhas forças, fico rico em pouco tempo, enfarto, desencarno e os herdeiros vão desfrutar do que conquistei.
Allan Kardec diz que o limite do trabalho é o limite das nossas forças.
História do discípulo que foi a um templo budista e perguntou sobre a meditação.
Se eu fizer muita coisa, não vou fazer nada de bom. Quem tudo quer, pouco abraça. Os toltecas recomendam que eu faça o meu melhor no meu tempo disponível e de acordo com os meus limites.
As propostas dos toltecas são as mesmas de Jesus Cristo e da doutrina espírita. São quatro ensinamentos universais, que servem de orientação para termos uma vida moral e espiritualmente saudável e mais feliz.
Estes quatro acordos servem de roteiro para trilharmos o caminho do bem e para chegarmos mais perto de ser "O Homem de Bem", definido pela leitura no início da exposição.

Exposição feita por Véra Regina Friederichs ontem, 21/01/2013 no Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec, no Balneário de Ubatuba, ilha de São Francisco do Sul, Norte de SC



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O que Faustão falou sobre os gaúchos

Veja o que o Faustão falou sobre os gaúchos.Trechos da PALESTRA do Faustão, no dia 07 de novembro, na Semana da Comunicação na USP em SÃO PAULO. A primeira palestra da Semana da Comunicação foi feita por ele.

Domingão 'Esse horário é jogo duro, o cara tem que agradar pai, mãe, nona, cachorro - tá todo mundo vendo TV no domingo de tarde. Por isso não posso ser arrogante e querer dar uma de intelectual, tenho que ser cúmplice do público, levar pra lá o que ele quer ver. Se fosse por mim, 90% dos artistas que cantam no programa não iriam, não tocam na minha casa. Sabe por que
existe espingarda de dois canos? Pra matar DUPLA Sertaneja. Agora, tem que ter o limite entre o popular e o apelativo. Pode ver, todos os programas que partiram pra apelação pura saíram do ar.. O próprio público abandona.' BigBrother 'Eu acho uma desgraça, ruim, uma merda mesmo. O Big Brother é um fenômeno que só faz mal pra televisão, dá a impressão de que todo mundo que
trabalha no meio vive de festa, é vagabundo. Além do mais, o programa deveria mostrar todas as camadas sociais, fazer um confronto mesmo. Em vez
disso bota lá garotão com garotona pra ver quem vai se pegar. Olha o Alemão, o cara é simpático e tal, mas saiu do BB e foi dançar no meu programa. O que aconteceu? O próprio público mandou ele pra casa. Depois foi pro Fantástico e só fez merda.' Novelas e panelas 'Acho novela um troço horrível, não
assisto. Aliás, se tivesse que ser pago pra ver televisão eu queria o dobro do que ganho. Não que eu ache novela mal feita, mas tem um problema de ritmo: ou é muito lenta, ou muito afobada. Além do mais, hoje em dia o autor
manda mais do que o diretor, então sempre escala os mesmo atores, é uma panela. Aí fica só aquele chiadinho carioca, um saco mesmo


.' Independência ao RIO GRANDE DO SUL.- 'Acho que o Rio Grande do Sul tinha mesmo era que se separar do Brasil, falando sério.O povo de lá tem um nível de educação superior, além de uma série de outras coisas. O gaúcho tem uma qualidade que falta ao Brasil, ele sabe se posicionar, toma partido, tem um talento nato pra isso. No resto do país é todo mundo em cima do muro, o que é péssimo em todos os sentidos.

Falo como Paulista e garanto: a maioria dos brasileiros tem inveja dos Gaúchos !!!