Homenagem à aniversariante Guiomar Lopes

Almas Perfumadas

     Tem gente  que tem cheiro de passarinho quando canta.

     De sol quando acorda.

     De flor quando ri.

     Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede, que dança gostoso  numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.

    Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce, da cor mais doce que tem pra escolher.

     Ao lado delas, o tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que agente desaprende de ver.

     Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.

     De banho de mar, quando a água é quente e o céu é azul.

     Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns  são invisíveis.

     Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo.

     Sonhando com a maior tolice do mundo, com o gozo de quem não liga pra isso.

     Ao lado delas, ´pode ser junho, mas parece manhã de Natal, do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

     Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acende no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.

     Ao lado delas, a  gente não acha que o amor é possível a gente tem certeza.

     Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria.

     Recebendo um buquê de carinhos.

     Abraçando um filhote de urso panda. Tocando-o com os olhos da paz.

     Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

     Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.

     Do brinquedo que a gente não largava.

     Do acalanto que o silêncio canta.

     De passeio no jardim.

     Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo.

     Corre em outras veias.

     Pulsa em outro lugar.

     Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos, Deus está conosco juntinho do nosso lado.

     E a gente ri grande, que nem menino arteiro.

    Ana Cláudia  Saldanha de Jácomo

     Querida amiga e irmã Guiomar,

     Hoje, 28 de junho é um dia muito especial pra nós duas. Segundo as suas palavras, estamos comemorando a vida. Este é um momento de gratidão a Deus por ter nos concedido a oportunidade de comemorarmos este aniversário juntas, já que nascemos no mesmo dia. Como sei que não existem coincidências, nós passamos por momentos muito difíceis, quando acreditamos que não íamos  sobreviver. Somos duas guerreiras vencedoras com as graças de Deus.

   E não tenho como agradecer o que você, o Miguel e o Maurício fizeram por mim, me levando para a sua casa, onde permaneci por mais de um mês, enquanto me recuperava da internação no Hospital São José por dois messes e dezoito dias, em coma e na UTI.

    Não bastasse o teu amor e dedicação enquanto eu estava no hospital, permanecendo ao meu lado todos os dias de manhã cedo até às onze horas da noite.

    Neste aniversário que estamos comemorando a vida juntas, estou emocionada e não encontro palavras pra te dizer que se não estivesses ao meu lado, eu não conseguiria estar hoje aqui  contando esta história. És um exemplo de bondade, generosidade, paciência e amor ao próximo, praticando o Evangelho de amor que Cristo nos ensinou há mais de dois mil anos.

     Por isso escolhi As Almas  Perfumadas prá te homenagear.

     És uma destas almas, que eu tive  o privilégio de conhecer, ter como amiga e irmã quando mais precisei. Quem és,  o quanto te preocupas,  fazes pelos outros e a alegria e tudo de bom que transmites,  Ana Cláudia Saldanha de Jácomo ao escrever  conseguiu descrever o que eu queria te dizer.

     És uma Alma Perfumada. Que Deus continue iluminando o teu caminho, te abençoe, te proteja e retribua tudo o que fizeste por mim e fazes por todos os que cruzam o teu caminho nos momentos de dificuldade e necessidade.

Abraços. Continua a ser esta Alma Perfumada na nossa vida.

    Feliz Aniversário. E que venham muitos outros que possamos comemorar juntas pela nossa vida.

Véra 



Homenagem ao aniversariante Thiago

E o semeador saiu a semear...

      No Evangelho de Mateus, capítulo XIII, versículos 1 a 9, encontramos o relato de um belo e profundo ensinamento de Jesus.

     O Apóstolo conta que "Naquele mesmo dia, tendo saído de casa, Jesus sentou-se na borda do mar... Em torno Dele, reuniu-se grande multidão. Jesus entrou numa barca e sentou-se, e todo o povo permaneceu na margem. Disse então muitas coisas por parábolas, falando-lhes assim :" Aquele que semeia saiu a semear.

     Ficamos, então a imaginar como seria um semeador. Seria um santo, um profeta, alguém especialmente escolhido? Não. O semeador é alguém que arregaça as mangas, toma as sementes e sai para o plantio. Feita a sua parte, o semeador confia no solo fértil que favorecerá a germinação, a floração e a frutificação. Ele sabe que muitas sementes poderão se perder, mesmo assim ele semeia.

     A história da Humanidade teve muitos semeadores, que espalharam sementes nobres. Mas, por descuido, intolerância ou má vontade daqueles que as receberam, muitas não germinaram. Outras, todavia nasceram e deram bons frutos, possibilitando a muitas pessoas a oportunidade de  receber novas e promissoras sementes.

     Descobrimos um desses semeadores nos dias atuais.

     Que religião ele professa? A que nível social pertence? Qual é o seu grau de escolaridade? Bem, isso tudo não importa.

     Ele é apenas um semeador. Entre as sementas que espalha estão o amor ao próximo, a bondade, o perdão, a paciência, a generosidade, a paz e a alegria.

     Seria lícito o silêncio, em nome da humildade e da confiança em Deus, transferindo aos céus a tarefa? Depois de refletir, aprendemos que a proposta de Cristo é desafiadora, não conformista, não hipócrita, com fala mansa para parecer elevada, nem com hipocrisia para disfarçar inferioridade. Recordando-nos de Jesus  nas praças públicas,  temos procurado levar as lições que Ele nos ensinou, principalmente aos jovens. Este semeador sabe que a conquista da paz é um desafio que requer urgência e mãos operosas.

     E o semeador saiu a semear...

     Seu instrumento de trabalho é a sua voz, clara e suave como a brisa da primavera que leva as sementes e as deposita no solo, sem alarde.

     Sua mochila é seu coração terno, fonte viva de sementeira inesgotável. Seu ideal é o amor sem fronteiras... O amor incondicional que, semelhante a um botão de rosa, se abre e exala o seu perfume para toda a  gente.

     Seu nome?

     Ele não faz questão, mas é  justo que seja dito: Thiago.

     Quando você ouvir este nome, saiba que se trata de um incansável semeador da paz.

     E se estamos aqui reunidos hoje, é para comemorarmos  muitas sementes que o Thiago lança, há muitos anos, desde que nasceu. Junto com as sementes que vai lançando em solo fértil, temos o seu exemplo.

     O seu amor, aliado à sua dedicação, o transforma em marido zeloso e  apaixonado, pai, e filho correto, presente, dedicado e cuidadoso com os limites e disciplina, tão esquecidos e necessários nos dias de hoje e em amigo e companheiro sincero, honesto e leal.

     Na família, no trabalho e entre amigos, temos a sorte e o privilégio de tê-lo entre nós, nos transformarmos em amigos e irmãos, partindo para a vivência do Evangelho na prática, como Cristo nos ensinou.

     O aconchego desta amizade nos alivia, trazendo-nos a sensação de nos sentir valorizados e úteis e elevam a nossa auto estima. Procuraremos seguir à risca as lições do Thiago, transformando-nos em multiplicadores das sementeiras do amor.
     Hoje nos reunimos em clima de alegria, respeito, comemoração e gratidão a Deus. O espírito de solidariedade continua. É comum vermos o Thiago ensinando aos outros e aprendendo o que fazer.
     Quando temos problemas, sabemos onde encontrar o ombro e o ouvido amigos. Alegrias também são compartilhadas, como a comemoração do aniversário do Thiago, hoje.
      E como ninguém é de ferro, também temos os nossos momentos de lazer, apesar de hoje estarmos longe uns dos outros fisicamente, ainda nos encontramos virtualmente como agora e nos sentimos espiritualmente unidos e irmãos em Cristo.
     Levamos uma vida boa. Uma vida agradável. Onde temos muito que agradecer ao nosso Pai e tão pouco a pedir.
     Lá fora a chuva pode cair e o frio chegar, mas aqui dentro sentimos calor. O calor humano. Aos estranhos, não parece, mas desfrutamos dos sentimentos de uma verdadeira família. Podemos dizer com orgulho que vivemos como irmãos e entre irmãos. Com muito respeito, consideração e amor, preenchendo em alguns casos uma lacuna e ajudando a superar carências. Quando a tristeza nos abate, temos o apoio psicológico da amizade, que tudo compensa.
     Pode ser  que num dia deixemos de nos falar, mas enquanto houver amizade, faremos as pazes. Pode ser que um dia o tempo passe. Mas se a amizade permanecer, um do outro há de lembrar. Pode ser que um dia nos afastemos. Mas, se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproximará. Pode ser que um dia tudo acabe, mas com a amizade reconstruiremos.
     Que Deus nos ilumine, abençoe e proteja, principalmente agora nestes tempos de pandemia. E que estenda a sua misericórdia sobre o Planeta Terra e a todos os seus habitantes, nos incluindo nesta proteção.
     Que Deus abençoe, ilumine e proteja principalmente o nosso querido aniversariante do dia Thiago, dando-lhe saúde, paz, alegria e muita luz e estenda  estas bênçãos sobre a Luciana e o querido Cadu, tesouro das nossas vidas. Pelos anos que está completando hoje e por muitos outros que virão em nossa companhia para nos alegrar e para que tenhamos tempo pra compartilhar as sementeiras do amor, que com certeza, ele continuará a espalhar.
     Graças a Deus.
     Que assim seja.

    

    





Oração por uma criança que acaba de nascer

     Somente depois de terem passado pelas provas da vida corpórea, chegam à perfeição os Espíritos. Os que se encontram na erraticidade  aguardam que Deus lhes permita voltar a uma existência que lhes proporcione meios de progredir, quer pela expiação de suas faltas passadas, mediante as vicissitudes a que fiquem sujeitos, quer  desempenhando uma missão proveitosa para a Humanidade. .O seu adiantamento e a sua felicidade futura serão proporcionados à maneira por que empreguem o tempo que hajam de estar na Terra. O encargo de lhes guiar os primeiros passos e de os encaminhar para o bem cabe a seus pais, que responderão perante Deus pelo desempenho que derem a esse mandato. Para lhes facilitar, foi que Deus fez do amor paterno e do amor filial uma Lei da Natureza, lei que jamais se transgride impunemente.

Prece Para ser Dita Pelos Pais

     Deus de bondade, pois que te aprouve permitir que o Espírito desta criança viesse de novo sofrer as provas terrenas, destinadas a fazê-lo progredir, dá-lhe luz, a fim de que aprenda a conhecer-te,  amar-te e adorar-te. Faze, pela tua onipotência, que essa alma se regenere nas fontes das tuas sábias instruções; que sob a orientação do seu anjo guardião, a sua inteligência se desenvolva e amplie e o leve a ter por aspiração aproximar-se cada vez amis de ti; que a ciência do Espiritismo seja a luz brilhante que o ilumine através dos problemas da vida; que ele, enfim, saiba apreciar toda a extensão do teu amor, que nos põe  em  prova, para purificar-nos.

     Senhor, lança paterno olhar sobre a família a quem confiaste esta alma, para que ela compreenda a importância da sua missão e faça que germinem nesta criança as boas sementes, até o dia em que ela possa, por suas próprias  aspirações, elevar-se sozinha para ti.

     Digna-te, ó meu Deus, de atender a esta humilde prece, em nome e pelos merecimentos daquele que disse:" Deixai venham a mim as criancinhas, porquanto o Reino  dos Céus é para os que se parecem com elas".

     Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo -  Alan Kardec Capítulo 28 - Coletânea de Preces Espíritas

 

 

 

 

          



"Mãe, posso dormir na casa da vó hoje?

  

     Texto que me reportou à casa da vó Ana nos domingos à tarde. Doces recordações.

    "Mãe, posso dormir na casa da vó hoje?"

     Escutei dentro do ônibus hoje de manhã.

     Quando consegui me virar pra ver a criança que me fez voltar ao passado apenas com uma frase.

     Ela já não estava mais ao meu alcance.

     Viajei longe.

     Quando foi que o tempo passou e nos fez adultos  cheios de prioridades chatas?

     Lutamos todos os dias por alguma coisa que não sabemos se é o que realmente queremos.

     Quando na verdade, casa de vó é onde os ponteiros do relógio tiram férias junto com a gente e passam os minutos sem pressa de chegada.

     Casa de vó é onde uma simples macarronada e um pão caseiro ganham sabores diferentes deliciosos.

     Casa de vó é onde uma inocente tarde pode durar uma eternidade de brincadeiras e fantasias.

     Casa de vó é onde caixas fechadas se tornam baús de tesouros secretos, prontos para serem desvendados.

     Casa de vó é onde os brinquedos raramente surgem prontos, são inventados na hora.

     Na casa de vó, tudo é misteriosamente possível de acontecer mágico e sem preocupações.

     Casa de vó é onde a gente encontra os restos da infância, dos nossos pais e irmãos e o início de nossas vidas.

     Casa de vó, só mesmo lá dentro, no endereço do nosso afeto mais profundo, tudo é permitido.

     Esse luxo não me pertence mais - infelizmente - viverá comigo apenas em recordações.

     Mesmo assim, se eu pudesse fazer um pedido agora, qualquer pedido de todos os pedidos do mundo, eu iria pedir a mesma coisa: " mãe, posso dormir na casa da vó hoje?"

     Texto: @saulo subira

     Com este texto maravilhoso e emocionante, que nos faz viajar a um tempo inocente e maravilhoso, homenageio todas as avós, principalmente a Rejane e a Maristela, minhas irmãs e seus adoráveis netos: Eduarda Catarina e Heitor, a linda Helena e o caçula Miguel, no auge do seu primeiro aninho, que tanto nos encanta.

     Vera Regina Friederichs

Palestra Transição Planetária

     Fonte: Live da Federação Espírita Brasileira (FEB) - Rede Amigo Espirita TV (RAE TV)
     Haroldo Dutra Dias
     Estreou em 10 de abril de 2020
     Livros: O Livro dos Espíritos e a Gênese - Alan Kardec
     Romances: Há 2000 Anos e Renúncia - Emmanuel - Psicografados por Francisco Cândido Xavier




     Antes de iniciar a live, Haroldo Dutra Dias recomendou  que todos procurássemos o conceito kardequiano de Mundo de Regeneração.
     No capítulo III, do livro A Gênese de Alan Kardec, com o título "Há muitas moradas na casa do meu Pai", ele nos apresenta  "Os Mundos Regeneradores".
     No item 17, Kardec explica que os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e provas e os mundos felizes. "A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas, de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita qualidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e resolvem caminhar para ele, cumprindo-lhe as leis.
     Nesses mundos, todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos só se acham os seres completamente desmaterializados. Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos e muitos dentre vós, se alegrariam de habitá-los pois que eles representam a calma após a tempestade,  a convalescença após a moléstia cruel. Contudo,  menos absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro; compreende  a existência de outros gozos prometidos, pelo Senhor  aos que dele se mostrarem dignos, quando a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes outorgar a verdadeira vida. Então, liberta a alma, pairará acima de todos os horizontes. Não mais sentidos materiais e grosseiros;  somente os sentidos de um períspirito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e caridade, que do seu seio emanam".




     O  Consolador Prometido não nos isenta das dores, não nos isenta das provas, das expiações necessárias ao nosso progresso moral, enquanto espíritos imortais,
     Mas o Consolador Prometido com a sua carga de esclarecimentos e de luz nos liberta do desespero, do pânico e do medo excessivos.
     Por que?
     Porque ele nos dá, ou melhor ele resgata a nossa confiança em Deus e ele nos dá a certeza da imortalidade da alma, a certeza da vida futura e a certeza de que a providência divina acompanha os nossos passos, tutelando a nossa evolução espiritual.
     A Transição Planetária já começou?
     Começou agora?
     Começou com a Covid 19?
     Para responder estas perguntas, é necessário fazermos outra pergunta:
     A Transição Planetária começou ou se tornou visível no mundo material?
     A Transição Planetária se iniciou no mundo espiritual, quando um movimento de encarnações em massa de espíritos muito imperfeitos aportou aqui na esfera corporal e alterou por completo a realidade mundial.
     Quando estes espíritos imperfeitos aqui chegaram, quando se corporificaram no mundo físico, alteraram por completo o panorama mundial. Mudaram os países e as comunidades, porque trouxeram uma série de angústias, de sofrimentos íntimos, uma série de hábitos nocivos e então o mundo se transformou por conta dessa encarnação em massa, desses espíritos.
     E assim começava a Transição Planetária no mundo espiritual. Era necessário então, que esse movimento de renovação, que partiu do mundo espiritual, se materializasse no mundo corporal.
      E por efeito da misericórdia divina, nós temos agora um grande elemento, uma pandemia, de proporções nunca antes vistas, porque nós temos um conjunto de características que se somam a essa pandemia, como o avião, a Internet, a conexão do mundo, a dinâmica das relações econômicas e sociais, que foram intensificadas com a tecnologia. Todos estes recursos tornaram o mundo pequeno, porque as conexões se tornaram possíveis num patamar nunca antes imaginado.
     Vem então essa pandemia e simplesmente pára o mundo inteiro. Paralisa toda as guerras. Paralisa todos os movimentos de conflito comercial. Paralisam todos os movimentos políticos. E o foco passa a ser um vírus, que se multiplica numa velocidade assustadora e que se espalha numa proporção gigantesca, colocando a humanidade numa situação muito peculiar.
     Primeira reflexão que nós fazemos então: a Transição Planetária se corporificou. Ela se tornou visível. Palpável. Muito palpável. Ela se tornou constrangedoramente palpável.
     Por que?
     Porque esta pandemia nos colocou diante da morte. Colocou a morte diante de nós. Colocou a morte à espreita dos nossos lares. Dos nossos entes queridos. Colocou a humanidade para pensar na morte física. Como elemento iminente. E então? O que nós assistimos? Assistimos o medo e o pânico se espalhando pelo mundo, pela sociedade, as pessoas atemorizadas, constrangidas, porque precisavam pensar agora na possibilidade de uma morte iminente, senão sua, pelo menos na morte iminente de um ente querido.
      E isto então nos recorda uma mensagem que está no livro "A Gênese", de Alan Kardec. No último capítulo, que tem por título "São Chegados os Tempos". Especialmente no item 33. Uma mensagem profética que descreve exatamente o que estamos vivendo. Esse momento em que estamos vivendo a materialização da Transição Planetária.
     Ainda não estamos no mundo de regeneração, mas estamos caminhando pra ele. Há ainda um conjunto de eventos dolorosos, que nos aguardam para a entrada na regeneração planetária. É preciso ser realista quanto a isto.
O capítulo 33 nos diz:
      "A regeneração espiritual da humanidade não exige a renovação integral dos espíritos." Você não precisa tirar todos os encarnados da Terra e colocar uma população totalmente nova, até porque isso seria inviável.
     Imaginem: tirar oito bilhões de seres e substituir por outros oito bilhões?
     Não é assim.
     Não é assim que se dará a regeneração da humanidade.
     E prossegue o espírito:
     "Basta uma modificação em suas disposições morais."
     Ou seja. O propósito dos espíritos é modificar as disposições morais da humanidade. Essa modificação se opera em todos quantos lhes estão predispostos. Em todos os indivíduos que estão abertos, que estão permeáveis a esta modificação moral, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo.
     Nem sempre os que voltam são outros espíritos. São com frequência os mesmos espíritos, mas pensando e sentindo de outra maneira.
     Esta mensagem está falando de flagelos destruidores.
     Está falando de desencarnações coletivas, quando centenas de milhares perdem a sua existência corporal e retornam ao mundo espiritual. Estes que desencarnaram  sofreram um  choque. Um choque no seu estilo de vida. Quando desencarnam, eles retornam ao mundo espiritual, comovidos. Eles regressam modificados, porque passaram por uma experiência muito dura.
     Pense você em quem desencarnou agora com a Covid 19.
     Este espírito está agora no mundo espiritual, assustado. Ele está mexido. Ele está refletindo sobre a vida que levou, sobre o que aconteceu com ele, sobre a fragilidade da existência corporal, sobre a fragilidade dos poderes humanos, sobre a fragilidade do dinheiro, do poder, da vaidade...
     Então esse espírito chega ao mundo espiritual, comovido.
     Neste estado de espírito comovido, ele recebe a assistência dos amigos espirituais, das entidades benevolentes, que orientam os nossos destinos e como eles estão mais permeáveis, mais sensíveis à atuação dos benfeitores, eles passam por um processo mais acelerado de transformação íntima e esse processo os coloca num novo patamar de aprimoramento moral.
     E então eles voltam a encarnar. Esses nossos irmãos e irmãs, que desencarnaram agora com a Covid 19, voltarão. Regressarão à esfera física. Transformados. Tocados. Tocados nas suas fibras mais íntimas. Sensibilizados por essa pandemia. Sensibilizados por outros movimentos dolorosos que atingirão a humanidade.
      E eles então virão cheios de vontade de progredir. Eles virão com muita vontade de subir um degrau a mais na escala evolutiva. Voltarão com vontade de aprender. Vontade de transformar-se.  Vontade de praticar o bem. Vontade de amar o seu semelhante. E de corrigirem as suas imperfeições morais.
     Essa mensagem é uma preciosidade que Kardec nos deixou e que foi editada em 1868.
     Muitos pensam que este momento de Transição Planetária está terminando. Quem pensa assim, está completamente errado. A Transição Planetária está recém começando. Tenhamos paciência. Nós vamos enfrentar ainda muitas situações desafiadoras.
     Este é um momento de reforçarmos a nossa confiança em Deus e  de  desenvolvermos a nossa religiosidade e a nossa espiritualidade.
     Sobretudo, nós espíritas. Temos uma responsabilidade muito grande. De intensificar o nosso interior, a luz que o Espiritismo acendeu em nossa alma, porque nós ainda vamos viver momentos muito difíceis. É  o que está descrito.
     Agora a Transição Planetária está se materializando. Agora nós vamos poder ver e tocá-la.
     Neste momento de incertezas e dificuldades muitas pessoas estão se permitindo voltar a um clima de eleições nas redes sociais. É hora de paramos comisso. É hora de olharmos para Alan Kardec, mas não é só pra ler "O Livro dos Espíritos", não. É para aprendermos com Alan Kardec a como sermos mais equilibrados nas nossas manifestações. A como usarmos a fé raciocinada. A lógica. O bom senso. O que estamos vendo é espírita se comportando exatamente de forma contrária ao que aprendeu com Alan Kardec.
     Nós tivemos vários exemplos: Alan Kardec, Eurípides Barsanulfo, Bezerra de Menezes, Leòn Denis, Francisco  Cândido Xavier  e tantos outros. É hora de nós nos mirarmos nestes exemplos e começarmos a nos comportar como essas pessoas.
      Os flagelos destruidores destroem apenas corpos, mas não atingem o espírito. Ativam o movimento de vaivém entre os mundos  corporal e espiritual. e por conseguinte o mundo progressivo dos espíritos encarnados e desencarnados.
     Na regeneração, você tem uma massa de espíritos voltando para o mundo espiritual e depois uma massa de espíritos voltando para o mundo corporal.
     Você sai de um fluxo normal.
     É o que está acontecendo.
     Todos os dias voltam espíritos para o mundo espiritual e voltam outros para o mundo corporal. O que as pandemias e flagelos fazem é criar uma movimentação em massa de espíritos.
     É de notar-se que em todas as épocas da história, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso. Nós estamos vivendo uma crise agora e depois disso, vamos ter uma era de progresso.
     Opera-se presentemente um desses movimentos gerais. destinados a realizar uma remodelação da humanidade. Um desses movimentos. São vários.
     A multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão  dos novos germes. Não será apenas a pandemia uma destas causas. Estamos falando de uma multiplicidade de causas, o que significa que são muitas causas.
     É por isso, que nós temos visto tsunamis, agora a pandemia e guerras locais. Não podemos imaginar que vai ser uma coisa só, porque são muitos espíritos que terão que se movimentar.
     Nós estamos falando de oito bilhões de seres. Não estamos falando de oito, de oito mil, de oito milhões. Estamos falando de oito bilhões.
     A espiritualidade está se fazendo presente neste momento de crise que estamos vivendo. Vamos observar as mais variadas igrejas e mesmo dentro do Espiritismo o crescimento do contato com as coisas espirituais e os movimentos mais voltados à espiritualidade. É claro que eles dão outros nomes. Mas o que importa?
     E isso vai se intensificar.
     Mas é triste quando o espírita se fecha para a espiritualidade. A coisa mais triste é o Espiritismo sem Espírito. Espiritismo sem Espiritualidade. Vira Espiritismo de gabinete. Nós sabemos. Kardec disse:
     "A Doutrina é dos Espíritos." Ele não falou que a Doutrina é dos encarnados. Lá em 1857, eles giravam mesas, davam pancadas e ainda continuam. Só que precisamos nos abrir para que eles possam se manifestar. Para que eles possam agir. Naturalmente, não de uma maneira desiquilibrada.
     Estamos falando da mediunidade com Jesus. De uma mediunidade educada. De uma mediunidade com valores morais. Essa mediunidade é fundamental. Ela é a luz que vai guiar a humanidade, agora nesta fase de Transição Planetária que estamos vivendo.
     Quanto tempo vai durar este tempo de regeneração?
     Nós não conseguimos precisar. O tempo de Deus não é o mesmo tempo dos homens.
     Mas se nós pudéssemos resgatar o Apocalipse de João e suas interpretações, nós diríamos aproximadamente mil anos. Aproximadamente mil anos de mundo de regeneração.
     É uma transição.
     É uma convalescença.
   rras  Kardec nos diz que no mundo de regeneração ainda existe o mal, mas a maioria dos espíritos deseja o bem e está se recuperando das lutas da Transição Planetária.
     Depois desse longo período, nós vamos entrar no mundo ditoso.
     Há pessoas pensando que no mundo de regeneração só há espíritos voltados para o bem, onde não existe mais o mal.
     Vamos resgatar os escritos de Kardec. Estamos falando das dores, guerras, pandemias e sofrimentos, como as desencarnações coletivas.
     A Transição Planetária é a cirurgia na humanidade.
     O papel do espírita e do Brasil neste momento, como Pátria do Evangelho, é preservar e revelar o tesouro espiritual que temos e que está se revelando ao mundo agora.
     Neste momento temos a chance de fazer a diferença no mundo, levando o consolo e o esclarecimento do Consolador Prometido para o mundo inteiro, porque agora necessitamos de luz espiritual.
     Esta é a oportunidade que nós estamos tendo de falar da imortalidade da alma, de falar que Jesus está no leme da humanidade e que estas desencarnações coletivas não estão acontecendo por acaso.
      Há uma providência divina, sábia,  justa e amorosa regendo os destinos da humanidade. Nós vamos ter um grande crescimento espiritual agora e nós temos um grande tesouro capaz de confortar os corações.
      Que nós possamos agora valorizar este tesouro. Esse é o esforço que nós espíritas temos que fazer neste momento.




    
    


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