quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Semeador

No Evangelho de Mateus, capítulo 13, versículos 1 a 9, encontramos um belo e profundo ensinamento de Jesus. O Apóstolo conta que “Naquele mesmo dia, tendo saído de casa, Jesus sentou-se à borda do mar... Em torno Dele logo reuniu-se uma grande multidão. Jesus entrou numa barca e sentou-se. E todo o povo permaneceu na margem. Disse então muitas coisas por parábolas, falando-lhes assim:
`Aquele que semeia saiu a semear...´”
Ficamos então imaginando como seria um semeador. Seria um santo, um profeta, alguém especialmente escolhido? Não. Um semeador é alguém que arregaça as mangas, toma as sementes e sai para o plantio. Feita a sua parte, o semeador confia no solo fértil que favorece a germinação, as flores e as frutas. Ele sabe que muitas sementes poderão se perder, mesmo assim ele semeia.
A história da Humanidade teve muitos semeadores que espalharam as sementes de idéias nobres. Mas por descuido, indolência ou má-vontade daqueles que as receberam, muitas não germinaram. Outras, todavia nasceram e deram bons frutos.
Descobrimos um desses semeadores nos dias de hoje. A que religião ele pertence? A que classe social? Até que ano estudou? Bem, isso tudo não importa. Ele é apenas um semeador. Entre as sementes que espalha estão o amor ao próximo, a bondade, o perdão, a paciência, a generosidade, a paz, a alegria a dança, a música, a criatividade, a doação e a dedicação ao trabalho.
E se estamos aqui reunidos hoje é para comemorar muitas sementes que Edson lança, desde 1986, quando o caçula da família de cinco filhos nasceu em Araquari, levando alegria, luz e união à sua família. Era 14 de setembro e desde que se conhece por gente, o nosso querido e amado Edinho, vem lançando suas sementes.
Edson Souza Sales, 25 anos, filho de Maria Zenir e Salomão, nascido em Araquari e criado em Barra do Sul. Assim começa o currículo do Edinho. Quando o vemos dançando, temos a impressão de que ele já nasceu “pé de valsa”. Mas a dança faz parte da sua vida como o ar que respira e é o seu alimento não só material, mas também espiritual.
E qual é o seu lazer? É o seu trabalho e o trabalho é o lazer. Edinho está entre os profissionais que amam o que fazem e ainda ganham para isto. O seu talento aliado à sua dedicação, o transforma em amigo e companheiro sincero, honesto e leal.
Sua generosidade está presente em sua vida 24 horas por dia. Ele pensa nos outros, nos outros e nos outros, a ponto de esquecer de si mesmo.
No Centro de Convivência, onde temos a sorte e o privilégio de tê-lo entre nós, as sementes que ele lança, encontram solo bem tratado e fértil, gerando uma bela e unida família: Nós.
Mas não é só esta família gerada pelo nosso querido mestre, chamado carinhosamente de Edinho pelos seus “avós” das oficinas de dança. Pedimos licença para o Rony e Maria, igualmente amados e para toda a sua família, por esta ousadia.
As sementes lançadas há dois anos ainda encontram solo fértil. Começaram timidamente com um pequeno grupo, que hoje aumentou a ponto de se fecharem as inscrições.
Se no início houve incertezas, logo soubemos que rumo tomar. Motivados por Edinho, Maria e Rony, os participantes transformaram-se em amigos e irmãos, partindo para a vivência do Evangelho, como Cristo nos ensinou.
Os encontros semanais nos aliviam, trazendo-nos o  carinho, o amor, o acolhimento, a alegria, a sensação de nos sentir valorizados e úteis e elevam a nossa auto-estima. Seguimos à risca as lições de Edinho, Maria e Rony, transformando-nos em multiplicadores  das sementes de amor.
As oficinas de dança integraram-se à comunidade, realizando apresentações e desfiles em eventos de toda a ilha. Hoje, nos reunimos no Chalé Suíço, em clima de amizade, respeito, alegria e descontração. O espírito de solidariedade continua. A cada encontro, novos ensinamentos. É comum vermos um ensinando ao outro o que sabe fazer. Quando temos problemas, é lá que encontramos o ombro e o ouvido amigos. Alegrias também são compartilhadas. As comemorações de aniversário são motivos de mais alegria e integração.
E como ninguém é de ferro, temos também os nossos divertidos, inesquecíveis e censurados ensaios e passeios. Levamos uma vida boa no Centro de Convivência. Uma vida agradável. Entre amigos. Lá fora, a chuva pode cair, mas lá dentro sentimos o calor. O calor humano. Aos estranhos não parece, mas desfrutamos dos sentimentos de uma verdadeira família. Podemos dizer com muito orgulho que vivemos como irmãos. Com muito respeito, consideração e amor, preenchendo em alguns casos uma lacuna e ajudando a superar carências.  Quando a tristeza nos abate, temos o apoio psicológico da amizade, que tudo compensa.
Pode ser que um dia deixemos de nos falar, mas enquanto houver amizade, faremos as pazes. Pode ser que um dia o tempo passe. Mas se a amizade permanecer, um do outro há de se lembrar. Pode ser que um dia nos afastemos. Mas, se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproximará. Pode ser que um dia tudo acabe, mas com amizade reconstruiremos tudo.
Que Deus continue nos iluminando. E que Mara de Nazaré nos cubra com seu manto. Que este manto cresça até proteger também os nossos familiares e as pessoas que amamos, principalmente o aniversariante e a sua família, por estes 25 anos de união, de amor e por muitos outros que virão. Que assim seja.


Véra Regina Friederichs

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