Em um dos textos bíblicos - o Eclesiastes - há um texto de grande beleza. É o capítulo três. Este texto, que é atribuído ao sábio Rei Salomão, versa sobre o tempo e é uma preciosa lição. Diz que tudo tem o seu tempo determinado, e que há tempo para todo o propósito sob o céu. Há tempo de nascer e tempo de morrer. Tempo de plantar e tempo de se arrancar o que plantou. Tempo de derrubar e tempo de edificar. Tempo de chorar e tempo de rir ou de dançar. Tempo de abraçar e tempo de afastar-se. Tempo de buscar e tempo de perder. Tempo de guardar e tempo de lançar fora. Tempo de rasgar e tempo de costurar. Tempo de calar e tempo de falar.
É uma sábia avaliação do ritmo e das leis que regem a vida. Nascemos quando precisamos de mais ma experiência na Terra.
E devemos deixar o corpo, no momento exato em que já cumprimos nossa missão na Terra. Nem antes, nem depois,mas no exato momento em que Deus nos convida a voltar para a nossa casa celeste.
Há a hora certa para falar: é quando nos dispomos a consolar o que chora, a emprestar um ombro amigo, a dar um bom conselho.
Há o momento de silenciar, quando basta segurar a mão de alguém e transmitir solidariedade.
E há o momento de calar, para não ofender, magoar, maltratar.
Há o momento de plantar e o de colher. Não podemos esquecer que tudo o que semeamos livremente, seremos obrigados a colher mais tarde.
É uma lei universal chamada causa e efeito: a vida nos devolverá na exata medida do que fizemos.
Seríamos tão mais felizes se observássemos o momento adequado de todas as coisas.
A vida requer olhos atentos. Não apenas os olhos físicos, mas as janelas da alma, que são capazes de identificar necessidades e potenciais alheios.
As almas sensíveis reconhecem a hora de agir.
Diz o texto do Eclesiastes que não há coisa melhor do que alegrar-se e fazer o bem. Somente um sábio seria capaz de dizer tão profunda verdade com tanta simplicidade.
Viver contente com todos os aprendizados que a vida traz é uma arte pouco praticada e quase desconhecida.
Saber alegrar-se com as pequeninas coisas de todo dia. Descobrir poesia em pétalas de flor, luares e poentes.
E fazer o bem? Há atividade mais agradável aos olhos de Deus que amar todos os seres, respeitar a Criação Divina, impregnar-se de ternura?
É esse sentimento de admiração à obra Divina que fez o sábio Salomão escrever:
"Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente. Nada se lhe deve acrescentar e nada se lhe deve tirar."
Sim, diante da obra Divina, só nos cabe entender que nada acontece sem que o Pai Celeste saiba e permita.
Embora debaixo do sol haja mais impiedade que demonstrações de amor, mais iniquidade que justiça, acredite: tudo está correto e seguindo a vontade Divina.
Isso é tranquilizador.
O importante não é a maneira como os outros agem, mas como nós agimos.
Não se preocupe com os outros. Preste contas apenas da sua vida e dos seus atos.
Alegre-se com o amor de Deus, aja de forma reta, tenha a consciência asserenada pelo dever cumprido. Tudo isso se transforma automaticamente em felicidade.
Redação do Momento Espírita
Disponível no livro Momento Espírita, v.7
Edição Federação Espírita do Paraná
Em 19/05/2008
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