- Leitura do Evangelho
Segundo o Espiritismo – capítulo III, itens 1 e 2.
A casa do Pai é o Universo e
as muitas moradas são os mundos que rolam no espaço e as diferentes faixas
vibratórias de cada um deles. Embora a ciência negue ainda a existência de vida
em outros planetas, porque precisa de provas materiais para convencer-se disso
– missão das sondas espaciais lançadas em direção aos planetas mais próximos da
Terra – a lógica e o bom senso nos indicam que o nosso mundo, um dos menores do
nosso sistema, não poderia ser o único, em todo o universo, a possuir vida. Por
que tamanho privilégio para um mundo de sofrimento, de provas e expiações? Deus
criaria o homem para sofrer ou para ser feliz?
Sabe a ciência que bilhões
de galáxias povoam o espaço, cada uma com bilhões de sistemas planetários
iguais aos nossos. Só a Via Láctea, a galáxia onde nosso sistema está inserido,
possui, segundo cálculos dos cientistas, cerca de 250 bilhões de mundos. Por
que nessa imensidão só a Terra abrigaria vida em sua crosta? A lógica e o depoimento dos espíritos nos
indicam que todos os mundos são habitados, o que, no entanto, não significa que
todos tenham a mesma materialidade da Terra.
Segundo O Livro dos Espíritos (Questão 22), a matéria existe em estados ainda
desconhecidos para nós. E acrescenta: “ Pode ser, por exemplo, tão etérea e
sutil que não cause nenhuma impressão aos vossos sentidos: entretanto, é sempre
matéria, embora para vós não o seja”. Certamente por isso as sondas espaciais
inda não tenham encontrado as provas de que a ciência precisa, porque
obviamente elas estão equipadas para identificar sinais de vida igual à nossa.
Ainda segundo O Livro dos Espíritos, a constituição
física dos outros mundos é completamente diferente da nossa. “Como a constituição
física dos mundos não e a mesma (Questão 57) podemos concluir que os seres que
os habitam tem corpos e uma organização diferente? Resposta: “Sem dúvida, como
entre vós os peixes são feitos para viver na água e os pássaros no ar”.
Conclui-se daí que a materialidade da vida nos outros mundos é apropriada ao
grau de evolução dos seus habitantes. Assim, onde o nível evolutivo é igual ao
nosso, a matéria certamente é tão densa e grosseira quanto a nossa, mas onde os
habitantes já atingiram um nível mais elevado a sua matéria é mais fluídica. A
sua forma, porém, é sempre humana, embora mais bela, porque aperfeiçoada.
Com base no ensinamento dos
espíritos, Allan Kardec, em O Evangelho
Segundo o Espiritismo, classifica os mundos em cinco categorias, conforme o
grau de evolução de cada um. “Embora não possa ser feita, dos diversos mundos,
uma classificação absoluta – disse – pode-se, todavia, em razão de seu estado e
de sua destinação, e baseando-se nas diferenças mais acentuadas, dividi-los de
um modo geral, como se segue: os mundos primitivos, destinados às primeiras
encarnações da alma humana; os mundos de expiação e de provas, onde o mal
domina; os mundos regeneradores, onde as almas que ainda têm o que expiar,
alcançam novas forças, repousando nas fadigas da luta: os mundos felizes, onde o bem se sobrepõe ao mal, e os
mundos celestes ou divinos, morada dos Espíritos depurados, onde o bem reina
inteiramente. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e de provas,
e é por isso que o homem nela é alvo de tantas misérias”.
A Terra, após cumprir os
estágios programados pelos engenheiros siderais, já vem passando pelo processo
de transformação que a elevará, neste Terceiro Milênio, à categoria de mundo de
regeneração. Esse processo foi confirmado pelo espírito Santo Agostinho, em
mensagem ditada em Paris em 1862 (ESE – Cap. III): “Segundo essa Lei, a Terra
esteve material e moralmente num estado inferior ao que está hoje e atingirá,
sob esse duplo aspecto, um grau mais avançado. Ela atingiu um dos seus
períodos de transformação em que, de
mundo expiatório, tornar-se-á mundo regenerador; então os homens serão felizes,
porque a Lei de Deus nela reinará”.
Nem todos os espíritos que
habitam um mundo têm o mesmo grau de evolução. Por isso, cada mundo também
possui diferentes faixas vibratórias para onde os espíritos são atraídos
automaticamente quando vibram na mesma frequência. E depois de percorrerem
todos os níveis, em sucessivas encarnações, os espíritos são naturalmente
elevados para mundos mais evoluídos, compatíveis com o seu padrão vibratório. E
de mundo em mundo chegam ao estado de Espíritos puros, após uma jornada que
pode durar milhares e até milhões de anos.
O progresso, segundo Santo
Agostinho, em depoimento psicografado em Paris, em 1862, e transcrito no ESE –
Cap. III - é uma das Leis da natureza. “Todos os seres da criação, animados e
inanimados a ele estão submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo
engrandeça e prospere. A própria destruição, que parece aos homens o fim das
coisas, não é senão um meio de atingir, pela transformação, um estado mais
perfeito, porque tudo morre para renascer e coisa alguma se torna em nada.
Ao mesmo tempo em que os
seres vivos progridem moralmente –
continuou – os mundos que eles habitam progridem materialmente. Quem pudesse
seguir um mundo, nas suas diversas fases, desde o instante em que se
aglomeraram os primeiros átomos que serviram à sua constituição, vê-lo-ia
percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas por graus insensíveis a
cada geração, e oferecer aos seus habitantes uma morada mais agradável, à
medida que estes avançam, eles mesmos, na senda do progresso. Assim, caminham
paralelamente o progresso do homem, o dos animais seus auxiliares, dos vegetais
e da habitação, porque nada é estacionário na natureza”.
Segundo Lucas (16: 19 a 28)
Jesus contou a seguinte parábola, que retrata uma das moradas para onde vão os
Espíritos imprevidentes:
“Ora,
havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos
os dias regalado e esplendidamente. Havia também um certo mendigo chamado
Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; e desejava alimentar-se com
as migalhas que caíam da mesa do rico; e
os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu,
e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi
sepultado. E no Hades ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe
Abraão e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse:
-
Pai Abraão, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na água a ponta
do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
Disse,
porém, Abraão:
-
Filho, lembra-se de que recebeste os teus bens em tua vida e Lázaro somente
males: e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um
grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para
vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.
E
disse ele:
“
- Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai; pois tenho cinco
irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este
lugar de tormento”.
Com essa parábola o Mestre
ensina que, após o desencarne, os espíritos são atraídos automaticamente para
os lugares compatíveis com o seu padrão vibratório, ou seja, quem durante a
jornada na crosta terrestre buscou a prática do bem, segundo o roteiro seguro
oferecido pelo Evangelho, ou enfrentou com resignação os sofrimentos da
matéria, seguirá para uma das moradas iluminadas, onde a vida transcorre
pautada pelo amor, enquanto aquele que, como o rico, só se preocupou em
desfrutar os bens terrestres, irá para a morada onde a vida é marcada pelo
tormento.O rico não poderia passar para onde Lázaro se encontrava, a não ser
depois de uma próxima encarnação onde resgatasse os seus débitos. Preocupou-se,
no entanto, em avisar aos seus irmãos que ainda continuavam na carne, para não
cometerem os mesmos erros que ele cometera e, desse modo, não fossem para o
mesmo lugar de tormentos para onde fora atraído por seu baixo padrão
vibratório.
O Cristo, portanto, mostrou
que existem muitas moradas também no próprio planeta, identificadas nas
diferentes faixas vibratórias que o circundam e que abrigam os Espíritos de
acordo com o seu grau de evolução.
Exposição que será feita hoje à noite, no Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec, balneário de Ubatuba, em São Francisco do Sul, SC, por Véra Regina Friederichs.
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