Leitura de O Evangelho
Segundo o Espiritismo, capítulo 15, item 10, Fora da Caridade não há Salvação
A
Vida Moral com Base no Evangelho de Jesus
O
Sermão da Montanha
Entre os assuntos contidos
no Evangelho, há que se destacar o Sermão da Montanha. Através deste discurso,
Jesus marcou o coração dos homens, transmitindo-lhes a sua Doutrina de
libertação.
Quando Jesus pronunciou o
Sermão da Montanha, não estava se dirigindo somente àquelas pessoas presentes
em Cafarnaum, mas, é claro, dirigia-se a todos os espíritos encarnados ou
desencarnados. Os de boa vontade captaram imediatamente a mensagem, no entanto,
os seus ensinamentos continuam vivos à disposição dos corações que dele começam
a sentir necessidade, isto é, daqueles corações agora receptivos.
Jesus inicia o Sermão da
Montanha pelas bem-aventuranças, convidando-nos à humildade, à mansuetude, à
prática da justiça, à misericórdia e à pacificação. Oferece-nos o Reino dos
Céus se o nosso comportamento estiver pautado dentro desses ensinamentos.
Declara Jesus que os seus
discípulos são o sal da Terra e a luz do mundo, ensinando com isso que os seus
seguidores preservariam os seus ensinamentos pelos exemplos edificantes e transmitiriam
os conhecimentos adquiridos d’Ele com pureza cristalina.
Não veio destruir a lei -
diz o Mestre – ou desmentir os profetas, mas tão somente ratificar os
ensinamentos, e, mais do que isso, ampliá-los. Assim, ampliou o quinto
mandamento, o sexto, condenou a pena de talião, convidou-nos a sermos
tolerantes e pacientes, condenou a hipocrisia e a simulação.
Recomendou-nos o exercício
da caridade sem ostentação, disse para nos precavermos contra os falsos
profetas e enganadores e mostrou-nos a imperiosa necessidade da oração, para
que através dela possamos nos religar ao Pai, além de levar socorro aos
necessitados.
Mostrou o destino glorioso
dos que edificam a vida espiritual sobre rocha firme e em contrapartida, a
triste sina dos que edificam suas vidas sobre as ilusões do mundo.
Finalmente, ensinou-nos
neste discurso o “Pai Nosso”, para que através dele pudéssemos entrar em
contato com o Pai Celestial.
As
Parábolas
Os rabis tinham uma forma
singular de transmitir conhecimentos, e o faziam através das parábolas, as
quais encerram uma narrativa onde a ideia fundamental era exposta várias vezes,
fazendo-se comparações.
São encontradas no Evangelho
oito parábolas relacionadas com os usos e costumes da época de Jesus, dez com
assuntos domésticos e de família e dez com a vida rural.
De todas as parábolas
retiramos ensinamentos úteis ao nosso esclarecimento, visando a nossa evolução
espiritual.
A
Responsabilidade Individual: Semeadura Livre, Colheita Obrigatória
“E
assim, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles.
Porque esta é a lei e os profetas” (Mateus, 7-12).
“Tratai
todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem” (Lucas, 6:31).
O Espiritismo nos traz
ensinamentos preciosos de libertação e de responsabilidade. No Espiritismo nada é proibido, porque a
Doutrina nos ensina que o livre arbítrio nos leva a tomar decisões e assumir a
responsabilidade das atitudes tomadas. Cada um, evidentemente, terá uma censura
ou uma barreira crítica de acordo com o seu entendimento e com a sua evolução.
Assim, muitas coisas deixarão de ser feitas e outras não. É claro que sempre
assumiremos a responsabilidade de nossos atos.
Nada mais justo. Semeadura
livre, colheita obrigatória. Efetivamente, essa é a mensagem do Espiritismo,
permitindo-nos toda liberdade para experimentarmos, toda liberdade para
agirmos. Não se dirá que o Pai nos negou possibilidades, elas são concedidas e
se registram pelas inúmeras encarnações e oportunidades. Nada mais justo do
que, ao fazermos experiências, se cometermos falhas, iremos transgredir as leis
criadas pelo Pai Celestial. Essas transgressões podem ser espontâneas ou
involuntárias.
As de caráter involuntário,
próprias da ignorância evolutiva em que nos encontramos, embora acarretem
compromissos perante as Leis Divinas, não tem a mesma força de responsabilidade
das transgressões que levam o caráter de espontâneas, estas revestidas da nossa
emoção, e muitas vezes, cometidas por espíritos que conhecem a Lei. Claro que
aqui entra um agravante: a responsabilidade de quem conhece, embora não tenha
transformado integralmente a sua estrutura e por isso a sua conduta ainda não
reflete os conhecimentos, que no caso são apenas teóricos.
Quem não plantou rosas não
poderá colhê-las no futuro. Cada um colhe aquilo que plantou, eis aí a causa
dos nossos sofrimentos, das nossas ansiedades e angústias.
Reforma
Íntima
A cada minuto de nossa
vida, antes de iniciar qualquer ação, façamos este exercício de nos
perguntarmos sempre:
Isto que estou fazendo agora seria bem aceito por Deus ou pela minha consciência? Se for, o procedimento é correto; se não for devemos descontinuar imediatamente o que iríamos fazer e não pensar mais nisso. “Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós, mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado? Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.” - (SANTO AGOSTINHO in O Livro dos Espíritos , questão 919 a)
A auto-análise permite que alinhemos as nossas ações e pensamentos na direção das correções que necessitamos realizar, para que ajustemos os nossos atos de acordo com os ensinamentos do Mestre, tanto com relação a Deus como em relação ao nosso próximo. Através do esforço próprio e de exercícios repetidos em direção às boas causas, sedimentaremos em nós o próprio Bem. Este processo é árduo, assim necessitaremos de muita coragem, perseverança e determinação para o realizarmos. Deus assiste e auxilia sempre, mas precisamos fazer a nossa parte se desejamos verdadeiramente melhorar.
Invistamos em nosso interior e procuremos melhorar nosso espírito eterno, transformando o que esta sociedade transitória estabeleceu como "normal" para nós. Lutemos o bom combate e não a luta mesquinha dos materialistas. A humanidade continuará ainda por muitos séculos como é agora, mas nós, que já estamos dispostos às mudanças de atitude, que já sentimos o amor ensinado pela Doutrina Espírita, que já estamos conscientes da realização de nossa evolução espiritual, que já começamos a compreender as palavras de nosso grande Mestre (Jesus), podemos fazer a nossa pequena parte vivendo a solidariedade no mais alto grau que é a caridade e realizar a transformação no íntimo de cada um, fazendo a Alquimia moderna de transformar chumbo em ouro.
Isto que estou fazendo agora seria bem aceito por Deus ou pela minha consciência? Se for, o procedimento é correto; se não for devemos descontinuar imediatamente o que iríamos fazer e não pensar mais nisso. “Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós, mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado? Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.” - (SANTO AGOSTINHO in O Livro dos Espíritos , questão 919 a)
A auto-análise permite que alinhemos as nossas ações e pensamentos na direção das correções que necessitamos realizar, para que ajustemos os nossos atos de acordo com os ensinamentos do Mestre, tanto com relação a Deus como em relação ao nosso próximo. Através do esforço próprio e de exercícios repetidos em direção às boas causas, sedimentaremos em nós o próprio Bem. Este processo é árduo, assim necessitaremos de muita coragem, perseverança e determinação para o realizarmos. Deus assiste e auxilia sempre, mas precisamos fazer a nossa parte se desejamos verdadeiramente melhorar.
Invistamos em nosso interior e procuremos melhorar nosso espírito eterno, transformando o que esta sociedade transitória estabeleceu como "normal" para nós. Lutemos o bom combate e não a luta mesquinha dos materialistas. A humanidade continuará ainda por muitos séculos como é agora, mas nós, que já estamos dispostos às mudanças de atitude, que já sentimos o amor ensinado pela Doutrina Espírita, que já estamos conscientes da realização de nossa evolução espiritual, que já começamos a compreender as palavras de nosso grande Mestre (Jesus), podemos fazer a nossa pequena parte vivendo a solidariedade no mais alto grau que é a caridade e realizar a transformação no íntimo de cada um, fazendo a Alquimia moderna de transformar chumbo em ouro.
Vivência da Doutrina Espírita
O Espiritismo é doutrina
dinâmica que acompanha a evolução do ser, ou melhor, lhe prepara os caminhos
maravilhosos do amanhã,. A vivência da Doutrina Espírita é que deve ser
cultivada pelos espíritas, mostrando através do nosso exemplo a excelência
desses ensinamentos na prática.
Sendo uma doutrina
essencialmente cristã, assim deverá ser o espírita. Deverá colocar nas suas
atitudes, em cada instante da sua vida, os ensinamentos cristãos, sem esquecer
que “Fora da Caridade não há Salvação”, porém, uma caridade humilde carregada
de amor.
“Por muito vos amardes
saberão todos que sois meus discípulos”, é sem dúvida o procedimento mais
correto para espelhar essa doutrina.
“... Caridade prática, caridade para o próximo como para si mesmo. Em
uma palavra, caridade para com todos e amor de Deus sobre as coisas, porque o
amor de Deus resume todos os deveres, e porque é impossível amar a Deus sem
praticar a caridade, da qual Ele fez uma lei para todas as criaturas” (item 18,
capítulo 10 de O Evangelho Segundo o Espiritismo).
Espera-se, portanto, que
o espírita tenha uma conduta clara e irrepreensível no seu lar, nas ruas, no
seu trabalho, enfim no relacionamento com o seu semelhante, servindo e
contagiando a todos pela sua alegria de viver.
Bibliografia
O Evangelho Segundo o
Espiritismo, Allan Kardec.
O Evangelho Segundo
Mateus
O Redentor, Edgard Armond
Reforma Íntima sem
Martírio, Ermance Dufeaux e Wanderley Oliveira
Exposição que será apresentada amanhã às 20 horas no Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec, em Ubatuba, São Francisco do Sul, SC, por Véra Regina Friederichs
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