A Prece
O ESE, capítulo 27, itens 1 a 4.
Uma noite, um homem estava dormindo em sua cabana quando, de repente, seu quarto ficou cheio de luz e Deus lhe apareceu. O Senhor disse ao homem o trabalho que deveria fazer para Ele e mostrou-lhe uma grande rocha na frente de sua cabana.
O Senhor explicou que o homem deveria empurrar (PUSH) a rocha com toda a sua força. O homem então o fez, dia após dia...
Por muitos anos ele pelejou de sol a sol; com seus ombros escorados na fria e maciça superfície da rocha imóvel, empurrando-a com toda a sua força.
A cada noite o homem retornava à sua cabana aborrecido, sentindo que havia gasto todo o seu dia em vão. Desde que o homem mostrou-se desencorajado, espíritos inferiores decidiram entrar em cena colocando pensamentos em sua mente desgastada.
"Você tem empurrado essa rocha por tanto tempo, e ela ainda nem sequer se moveu."
Isso dava ao homem a impressão de que sua tarefa era impossível e que ele era um fracasso. Esses pensamentos desencorajavam e desanimavam o homem.
"Por que eu vou me matar tentando fazer isso?", ele pensou. "Eu farei apenas o possível, colocando o mínimo esforço e isso será suficiente.”
E era o que ele planejava fazer, até que um dia decidiu fazer disso um alvo de oração e levar os seus pensamentos atribulados ao Senhor.
"Senhor", ele disse, "eu tenho trabalhado duro e por muito tempo em Teu serviço, colocando toda a minha força para fazer aquilo que o Senhor me mandou. Entretanto, após todo esse tempo eu não consegui mover essa rocha por nem um milímetro. O que está errado? Porque eu tenho falhado?"
O Senhor respondeu com compaixão:
"Meu filho, quando eu lhe disse para me servir e você o aceitou, eu disse que sua tarefa seria empurrar a rocha com toda a sua força, e é o que você tem feito. Eu nunca sequer mencionei que eu esperava que você a movesse. Sua tarefa era empurrá-la. E agora você vem a mim após todo o seu esforço, pensando que você falhou. Mas, será isso realmente verdade? Olhe para si mesmo. Seus braços estão fortes e musculosos, suas costas estão enrijecidas e bronzeadas, suas mãos estão calejadas pela pressão constante, suas pernas se tornaram musculosas e firmes. Pela oposição você cresceu muito e agora suas habilidades superam o que você era antes.
Ainda assim, você não moveu a rocha, mas seu chamado foi para ser obediente e empurrar, exercitando sua fé e confiança na minha sabedoria. E isso foi o que você fez. Agora, mesmo, meu filho, moverei a rocha."
Às vezes, quando ouvimos uma palavra de Deus, nós tendemos a usar nosso próprio intelecto para decifrar o que Ele quer, quando na verdade o que Ele deseja é apenas nossa obediência e fé Nele. Em todos os sentidos, exercite a fé que remove montanhas, mas saiba que continua sendo Deus quem as move. Quando tudo parecer estar errado, apenas empurre - P.U.S.H.!
Quando o trabalho te deixar para baixo apenas - P.U.S.H.!
Quando as pessoas não agirem da maneira que deveriam, apenas - P.U.S.H.!
Quando o seu dinheiro parecer ir embora e as contas ficarem, apenas - P.U.S.H.!
Quando as pessoas não compreenderem você...
Quando o trabalho te deixar para baixo apenas - P.U.S.H.!
Quando as pessoas não agirem da maneira que deveriam, apenas - P.U.S.H.!
Quando o seu dinheiro parecer ir embora e as contas ficarem, apenas - P.U.S.H.!
Quando as pessoas não compreenderem você...
Apenas - P.U.S.H.! "ORE ATÉ ALGUMA COISA ACONTECER“
P. = Pray (ore)
U. = Until (até)
S. = Something (alguma coisa)
H. = Happens (acontecer)
Qualidades da prece:
1. São definidas por Jesus.
2. Não vos coloqueis em evidência (segredo, recolhimento e silêncio)
3. Não aparenteis orar muito; a quantidade de palavras não importa e sim a sinceridade.
4. Perdoa e reconcilia-te antes de levar a oferenda ao altar – Capítulo 10, O Sacrifício mais Agradável a Deus, itens 7 e 8, O ESE. Orai com o coração puro e caridoso.
5. Humildade e orgulho. Parábola do fariseu e do publicano.
6. Examinai vossas faltas e não as qualidades.
7. Nas comparações com os outros, procurai o que há de mal em vós.
Ato de adoração
A prece é um ato de adoração a Deus, a união entre a Terra e o Céu. É a maneira mais simples de entrar-se em comunhão com Deus, o que torna esse canal de comunicação acessível a qualquer ser humano, rico ou pobre, velho ou moço, preto ou branco, homem ou mulher, letrado ou analfabeto etc. Mateus (7: 7 e 8) relata o que disse Jesus no Sermão da Montanha: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e ao que bate, se abre”.
A prece tem três finalidades: louvar, pedir e agradecer. A grande maioria dos seres humanos, no entanto, só faz pedir – pede saúde, proteção, emprego, promoção, casa e tudo o que se possa imaginar, até para ganhar na loteria. Raros, no entanto, são os que se lembram de agradecer. A maior parte dos homens só se lembra de Deus quando está em dificuldades, com problemas morais, financeiros ou de saúde. Quando tudo está bem, quando há dinheiro no bolso e saúde, quase ninguém agradece a Deus pelos momentos de felicidade. Poucos se recordam de agradecer pela saúde, pela cura de alguma doença, por ter feito uma boa viagem, por ter uma família harmonizada ou pelo corpo perfeito, sem qualquer mutilação ou deformidade.
Seria maravilhoso se as pessoas agradecessem mais, em suas orações pela generosidade do Pai Maior, que lhes permitiu nascer com o corpo perfeito. Nem todos os pedidos, porém, são atendidos, porque para isso é preciso fé e merecimento. Para ter merecimento, porém, o homem também precisa promover a sua reforma moral, praticando as lições contidas no Evangelho. Afinal, como alguém pode esperar a benevolência do Criador se não é benevolente? Como alguém pode pedir para ser perdoado se não perdoar?
Jesus demonstra, por exemplo, a importância da oração na troca com o Plano Superior, pois em toda a sua curta vida orava diariamente, buscando quase sempre lugares desertos, como o Monte das Oliveiras, onde o silêncio indispensável à concentração convidava para a comunhão com Deus. Ele sabia, afinal, que a oração é a nossa melhor defesa contra as tentações do mundo, daí a sua recomendação, registrada por Marcos (14:38): “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade está pronto, mas a carne é fraca”.
Certo dia os discípulos, que viam Jesus orando com frequência todos os dias sem, contudo, ouvir-lhes as palavras, lhe pediram:
“Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos. E Ele lhes disse: quando orardes, dizei:
Pai nosso, que estais nos Céus,
santificado seja o Vosso nome;
venha a nós o Vosso reino,
seja feita a Vossa vontade,
assim na terra como nos céus.
O pão nosso de cada dia nos daí hoje,
perdoai as nossas dívidas,
assim como perdoamos
aos nossos devedores,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.”
(Mateus 6:9 a 13)
Essa prece, segundo os Espíritos (ESE, Capítulo 27), “é o mais perfeito modelo de síntese, verdadeira obra prima na sua simplicidade. Ela resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo, encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão, o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da caridade. Dizê-la em intenção de alguém é pedir para ele o que se pediria para si. O “Pai Nosso” foi a única prece que Jesus deixou à Humanidade, conforme relatam os evangelistas.
Conclusão
Saber pedir, ter fé, merecimento e trabalhar pela nossa reforma íntima.
Exposição feita no Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec, em Ubatuba, São Francisco do Sul, SC, em 30/04/2012, por Véra Regina Friederichs
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