segunda-feira, 6 de julho de 2020

Homenagem ao Aniversariante Reginaldo Souza dos Santos


Tempos Modernos

      Seria ingênuo  pensar que estamos vivendo uma época  pior do que os tempos passados.
      Muitos idosos saudosistas acham que nós somos menos felizes hoje do que antigamente.
    Alguém se lembra provavelmente há muito pouco tempo, da época em que a gente assistia televisão e colocava um Bombril na antena interna para captar a imagem.
     Vocês se lembram como era  a televisão colorida até 1970?
     Como fazíamos pra enxergar cores na televisão?
     Papel celofane vermelho, azul e verde.
  As televisões eram todas com válvulas grandes e muito ineficientes, por isso dificilmente conseguíamos ver alguma imagem.
     Então as poucas pessoas que tinham condições de ter uma televisão eram aquelas da vizinhança que tinham mais recursos. Quando eram caridosas, convidavam seus vizinhos para assistirem algumas programações que nunca entravam no ar.
     Era o famoso "Tele Vizinho".
     Quando surgiu a TV colorida, ficamos encantados.
     Assistíamos à programação  das redes de televisão brasileiras e lá por 1974 foi que se teve uma Copa do Mundo de futebol, onde conseguimos ver a cor da camiseta da seleção brasileira e distinguí-la das demais.
     Era um acontecimento.
     Mudando de assunto, alguém já namorou por carta ? Não estou falando por email, face ou wattsap. Eu namorei. Morava em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre, RS, quando em 1979, formada em Jornalismo, me mudei para Joinville, Norte de SC, para trabalhar no Jornal A Notícia, a mais de 700 quilômetros de distância.
     Deixei na minha terra natal um namorado e não tinha jeito. Namoro só por carta. O tempo e a distância se encarregaram de acabar com o encantamento e a paixão.
     O interessante das cartas é que levavam algum tempo para chegar. E quando a gente recebia alguma, era uma grande emoção. Lia-se frase por frase, parágrafo por parágrafo, devagar, até decorá-la, porque não tinha como chegar outra carta em pouco tempo.
     Depois da chegada da Internet, da comunicação acelerada, hoje nós recebemos um whatsapp e respondemos na mesma hora. Acabou-se a expectativa. A emoção da espera.
     Uma das características da nossa vida moderna é a aceleração.
     Ninguém quer mais comunicar-se por cartas e muito menos usar Bombril pra assisitir televisão. Tenho certeza que esses são aspectos do passado, que não nos interessam  mais.
     O grande problema do progresso está na velocidade com que os acontecimentos e as informações nos chegam.
     Joana de Angelis diz que junto com a globalização, nós desenvolvemos a inquietude, a insegurança e a ansiedade. E dá para entender, porque assim como nós precisamos interromper as nossas atividades na hora do almoço, para nos alimentarmos com uma refeição, precisamos depois de um tempo para a digestão.
     Do ponto de vista mental, nós também necessitamos de um tempo mínimo para absorver e digerir algumas informações.
     Quais os maiores obstáculos do progresso?
     O orgulho e o egoísmo.
     Refiro-me ao progresso moral, porque o progresso intelectual acontece sempre. A nossa grande dificuldade está em conciliarmos os avanços intelectuais com os pacatos e lerdos avanços morais.
     A nossa vida tecnológica e a nossa vida intelectual ganharam um processo de velocidade muito acentuado, mas nós espiritualmente não avançamos na mesma medida. Nós temos uma dificuldade muito grande de avançarmos inteiros nesse processo. Nos apresentamos numa capa de modernidade e de progresso intelectual.
     Vivemos a época da beleza. Vivemos a época da tecnologia, mas vivemos também a época da miséria moral, porque quanto mais se avança intelectualmente, mais se sobressaem  e se destacam as nossas dificuldades do ponto de vista ético e do nosso comportamento.
     Sabemos que é inevitável o nosso crescimento, mas o nosso desafio aumentou, porque nós precisamos desenvolver uma capacidade muito maior de generosidade para termos condições pelo menos de olharmos uns para os outros e darmos um sorriso sincero, para não nos tornarmos superficiais.
     Temos que tomar muito cuidado, porque existe algo que devemos manter entre nós, idosos, o amor genuíno, verdadeiro, de afetividade, de calor humano.
     Precisamos nos tornar pessoas melhores. Não pessoas melhores no discurso, na colocação intelectual, o que também é importante, mas nos tornarmos melhores nos pequenos detalhes do nosso dia a dia. Nos tornarmos melhores, modificando comportamentos interiores, combatendo por exemplo, a nossa inveja e o nosso orgulho. Nos tornarmos melhores, vigiando nossos pensamentos, sentimentos e atitudes.
     Nos tornarmos melhores sabendo envelhecer.
    Não há nenhum problema em envelhecer. As pessoas que sabem envelhecer, sabem também que este é o momento da vida em que as aquisições materiais só podem ganhar sentido, se forem acompanhadas de valores espirituais essenciais mais nobres e mais profundos na nossa caminhada.
     Existe uma diferença entre aceitar a idade e conviver bem com ela. Ou negá-la.
     Na negação, a pessoa tem um comportamento incompatível com a condição de vida em que ela está, já que é muito comum  hoje em dia, as pessoas viverem como se fossem jovens, quando já estão por exemplo, com 60 anos ou mais.
     Elas estão tentando viver uma fase da vida que já passou e não há organismo que resista.
     Para encerrar esta reflexão, escolhi o texto "Viajantes", de Sérgio Lopes, que diz mais ou menos assim:
     "Anda, avança viajante do tempo.
     Não são teus os passos vencidos, sequer os devaneios que se perderam na escuridão.
     E o rio não volta mais à fonte... também a vida não anda para trás.
     Tenho os pés para escalar os montes e asas na alma para sonhar a paz.
     Talvez no passado sofrido, guarda as lágrimas de infortúnios teus.
     Anda, avança viajante do tempo.
     A vida começa agora.
     E logo virão as glórias,  tuas conquistas nos braços de Deus."

Texto: Véra Regina Friederichs
Fontes: Sérgio Lopes
              Mário  Quintana
              Joana de Angelis
              Allan Kardec

     Querido Reginaldo, irmão e amigo de todas as horas,

     Este é um momento especial de renovação para a sua alma e o seu espírito, porque Deus na sua infinita bondade e sabedoria, deu à natureza a capacidade de desabrochar a cada nova estação e a nós, a capacidade de recomeçar a cada ano.
     Desejo a você um ano cheio  de amor e alegrias. Afinal fazer aniversário é ter a chance de fazer novos amigos e conservar os antigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas.
     Sorrir novos motivos e chorar outros, porque amar ao próximo é dar mais amparo, orar  mais preces e agradecer mais vezes.
     Fazer Aniversário é amadurecer um pouco mais e olhar a vida como uma dádiva de Deus.
     É ser grato, reconhecido, forte, destemido.
     É ser rima, é ser verso, é ver Deus no Universo.
     Parabéns a você nessa data grandiosa.
     Que Deus o abençoe e proteja.

     Ao homenagearmos o nosso querido amigo e irmão há 18 anos, e ao falamos em Tempos Modernos, lembramos de fatos e hábitos antigos do século passado. Alguns mesmo ultrapassados deixaram saudades. De outros, nem queremos lembrar. Costumo dizer que um amigo como o Reginaldo vale mais que um irmão de sangue, porque nós o escolhemos de coração. Vale mais que ouro. Não tem preço. É infinito. O Reginaldo é alguém assim,. Tudo isso é porque não encontro palavras para traduzir a alegria, emoção, prazer e alegria que estou sentindo ao comemorar o 64º  aniversário de Reginaldo.
     Viajando pelo túnel do tempo, vamos a Arroio dos Ratos, no Rio Grande do Sul, casa dos Santos, em 5 de julho de 1956, onde o primogênito Reginaldo nasceu e transformou-se neste companheiro querido, de caráter, sincero, ético, honesto, solidário, generoso, caridoso, marido carinhoso e apaixonado, pai e avô presente, trabalhador e amigo exemplar.
     O Reginaldo e eu temos muitas coisas em comum. Somos do signo de Câncer, somos gaúchos, moramos na mesma rua, somos amigos há 18 anos e nascemos na década de 50.
     Como nada é perfeito, ele tem um grande defeito: é gremista. Eu, do Inter, não vou brigar com quem gosto tanto e há tanto tempo só por causa de um detalhe nas cores vermelha e azul. Fazer o quê? É aceitar ou aceitar. Não tem outra opção a não ser perder o amigo. Isso ninguém quer. Então, é levantar a cabeça e ir em frente. É vida que segue.
     A década de 50 foi muito importante e marcou as nossas vidas até hoje.
     A década de 1950, ou simplesmente a década de 50 ou ainda anos 50 foi o período entre os anos de 1950 e 1959, que se chamou  " Anos Dourados". Foi considerada uma época de transição entre o período de guerras da primeira metade do século XX e o período das revoluções comportamentais e tecnológicas da segunda metade do mesmo século, quando teve início a chegada da televisão em Portugal e no Brasil.
     Esta época também foi considerada a "idade de ouro" do cinema e também foi a época de importantes descobertas científicas como o ADN (Ácido Desoxirribonucléico, u DNA). O Campeão da Copa do Mundo em 1950 foi, pela segunda vez, o Uruguai. Em 1954 a Alemanha Ocidental conquistou o Mundo pela primeira vez. Em 1958, a Seleção Brasileira de Futebol faturou também o seu primeiro título mundial.
     Na Mídia "The Twilight Zone" foi a primeira série de ficção científica premiada. A Ciência e Filosofia tiveram destaque nos Anos Dourados: Bruce C. Heezen descobriu a Dorsal Meso-Atlântica. A Dorsal Meso-Atlântica ou Crista Oceânica do Atlântico é uma cordilheira submarina que se estende sob o Oceano Atlântico e e o Oceano Ártico desde a latitude 87ºN até à Ilha  Sub-Antártica de Bouvet, à laatitude 54ºS. Os pontos mais elevados desta cordilheira emergem em vários locais, formando ilhas.
     A primeira vacina de poliomielite, desenvolvida por Jonas Salk, foi introduzida para o público em 1955. Os primeiros transplantes de órgãos foram feitos em Boston e Paris em 1954. O lançamento do Sputinik em 1952 marcou a  Tecnologia.
     Na Moda, os carros, os eletrodomésticos, as janelas de madeira, os móveis e os medicamentos tornaram-se populares. Segundo Claudia Garcia, do Banco de Dados Folha, para a mulher, foi a Época da Feminilidade. Com o fim dos anos de guerra e do racionamento de tecidos, a mulher dos anos 50 tornou-se mais feminina e glamourosa, de acordo com a moda lançada pelo "New Look", de Christian Dior, em 1957. Metros e metros de tecido eram gastos para confeccionar um vestido, bem amplo e na altura dos tornozelos. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias.
     Na música surgiu o Rock ´n Roll.
   Nos Esportes, Alemanha e Brasil conquistam seus primeiros títulos numa Copa do Mundo de Futebol.
     Para ser quem é como é, o Reginaldo só podia ter nascido mesmo na década de 50, quando a verdade tinha mais peso que a mentira, a honestidade era reconhecida e praticada, um fio de bigode valia pela palavra dada, o que quer dizer que as pessoas honravam e cumpriam o que prometiam, ao mesmo tempo em que a juventude começava a exigir mudanças de comportamento e a sua rebeldia não buscava drogas, nem violência contra os pais e professores, mas encontrava na música e no cinema a sua válvula de escape, com a criação do Rock´n Roll, fonte de inspiração para os Beatles,  a Jovem Guarda e tantas outras bandas e cantores que nasceram nos Anos 60.
     Além de todos os conhecimentos que a História registra nos anos 50, nós temos o privilégio de conviver com o Reginaldo e de sermos seus amigos. Consideramos o seu nascimento um dos acontecimentos mais importantes da década de 50. E desejamos que ele permaneça entre nós por mais 64 anos, para podermos contar com o seu ombro nos momentos de tristezas e dificuldades, seu conselho amigo e os braços e coração sempre abertos e prontos para acolher  quem ele considera seu amigo. Muitos querem entrar neste círculo e não conseguem. É um lugar de difícil acesso e que precisa ser conquistado pouco a pouco. Graças a Deus, eu pertenço a este grupo há 18 anos e quero permanecer por aqui para sempre.
     Sejas feliz Reginaldo. Que Deus te dê todo o bem que mereces.

     Pesquisa Anos 50:  Wikipédia e Banco de Dados da Folha de São Paulo

     Com carinho

     Véra Regina Friederichs
   



   



   

   




     

   
     

     




2 comentários:

  1. Lindo texto é uma bela homenagem DEUS abençoe grandemente sua vida querida amiga e irmã Vera Regina

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    1. Uma homenagem mais do que merecida a você e à Clair que tanto fizeram e fazem por mim. Que Deus lhes dê muita saúde com as Suas bênçãos e proteção.

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