Palco do Cine Teatro X de Novembro.
São Francisco do Sul.
Abrem-se as cortinas.
Cine Teatro Lotado.
Um arrepio gelado percorre o meu corpo.
As pernas tremem.
A boca seca.
Dá um frio na barriga.
Um medo toma conta de mim.
Antes de me recuperar do susto, a música começa a tocar.
É bem conhecida. De antigamente.
Lacinhos Cor-de-Rosa, com Celly Campello.
Enquanto o cérebro processava tudo isso,as minhas amigas da terceira idade e eu já estávamos dançando.
É incrível como a música nos leva a lugares e tempos bem diferentes de onde e quando estamos vivendo, nos transportando em um túnel do tempo, como agora, voltando aos anos 60.
Conferindo com o figurino, não restava a menor dúvida: estávamos de saia rodada godê preta, com bolinhas cor-de-rosa e sapatilhas pretas, ambas com lacinhos cor-de-rosa.
O cenário confirmava que o tema do espetáculo era "Os Anos 60".
Enquanto dançãvamos, uma sensação maravilhosa me invadia eu flutuava, sem alcançar o chão, Pra quem dançava num palco lotado pela primeira vez, estava me sentindo uma Ana Botafogo. Nem queria saber se ela só dançva música clássica.
A dança é minha, o momento é meu e ela vai dançar o que eu quiser.
Voltando ao encantamento, senti o meu corposeparar da ala e sair em viagem até o teto do teatro, por cima da cabeça dos espectadores.
Foi então, que descobri que enquanto quem canta seus males espanta, quem dança eleva a sua alma.
No final, saiu tudo bem.
A apresentação foi um sucesso e teve uma missão filantrópica: estávamos em ouubro, quando se realizava a Campanha Da Rede Feminina De Combate ao Câncer, para prevenir o Câncer de Útero e de Mama.
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