quinta-feira, 23 de julho de 2020

Um Espírito Amigo

 
       "Um Espírito Amigo".
      Desta forma  são assinadas duas mensagens em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no capítulo IX, item 7 ("A Paciência") e capítulo XVIII item 15 ("Dar-se-á àquele que tem").
     Convidada pelos espíritos superiores a integrar a equipe do Espírito de Verdade, que traria à Terra a Terceira Revelação, em verdade, iniciou sua trajetória cristã nos tempos primeiros da Boa Nova.
     Chamava-se então Joana, esposa de Cusa, intendente de Ântipas. Ouvindo Jesus, encanta-se pela mensagem, especialmente por ser uma mulher que sofria, conforme nos relata pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, o espírito Humberto de Campos, pela indiferença do marido.
     Vestindo-se de forma simples, para não ser percebida, embora não deixasse de o ser, Joana de Cusa, em meio ao povo, nas pregações do lago, ouvia atentamente o meigo Rabi. Absorve-lhes os ensinos e os segue.
     Após a morte do esposo, necessita prover a sua e à subsistência do filho. Torna-se serva em casa de família abastada que mais tarde se transferiria para Roma, levando ambos. Foi ali em uma tarde de agosto do ano de 68 d.C., que Joana de Cusa foi martirizada com seu filho e mais de 500 cristãos, que tiveram seus corpos queimados de tal forma que as chamas iluminaram a cidade.
     Quando, no século XII, o Sol de Assis brilhou entre os homens, Joana retornou à Terra tomando vestes femininas outra vez e servindo uma das ordens fundadas por Clara de Assis.
     No século XVII ela reaparece no cenário do mundo, para mais uma vida dedicada ao Bem. Renasce em 1651, em uma cidadezinha a 81 km da Cidade do México, San Miguel Nepantia e recebe o nome de Juana de Asbaje y Ramirez de Sandilana.
     Aos três anos, aprende a ler. Aos cinco, faz versos. Aos treze anos, está na corte mexicana, tão pomposa e brilhante quanto a corte europeia e ali mostrartia seus dotes literários, escrevendo poemas de amor, ensaios e peças teatrais, que até hoje são citados e representadas em programas de rádio e TV .
     Como sua sede de saber fosse mais forte que a ilusão de brilhar na corte, ingressou no Convento das Carmelitas Descalças e, mais tarde, transferiu-se para a Ordem de São Jerônimo da Conceição, tomando o nome de Sóror Juana Inés de la Cruz. Ficou conhecida como a Monja da Biblioteca, intercambiando conhecimentos e experiências cm intelectuais europeus e do Novo Mundo.
     Estudava, escrevia poemas, ensaios, dramas, peças religiosas, cantos de Natal e música sacra. Criou fama como pintora miniaturista, fez-se competente em teologia  moral, dogma, medicina, astronomia e direito canônico.
     Aprendeu o latim e o português.
     Morreu em 1695, aos 44 anos, durante uma epidemia de peste na região, após socorrer durante dias inteiros as suas irmãs religiosas e enfermas.
     Sessenta e seis anos após, ela renasceu  na cidade de Salvador (BA), como Joana Angélica.
     Ingressando no Convento da Lapa, como franciscana, atestando o seu amor de ternura infinita por aquele que é o irmão da natureza, tomou o nome de Sóror Joana Angélica de Jesus.
     Foi a conselheira que, na calada da noite, deixava sua cela e se dispunha a ouvir e aliviar as dores dos corações sofridos de muitas daquelas mulheres, simplesmente trancadas no convento, por decisão familiar e que traziam a tormenta na alma desejosa de viver de outra forma.
     Em 1815 tornou-se Abadessa do Convento e, no dia 20 de fevereiro de 1822, morreu defendendo corajosamente o Convento, a Casa do Cristo, assim como a honra das jovens que ali moravam, sendo assassinada por soldados que lutavam contra a Independência do Brasil. Tinha 61 anos.
     No dia 5 de dezembro de dezembro de 1945, esse "Espírito Amigo" iniciou a orientar, inspirar e manifestar-se mediunicamente através de Divaldo Pereira Franco.
     Em 1949, iniciaria  seu trabalho de ensaio psicográfico junto ao médium. Várias das suas mensagens figuraram  nas páginas da revista "O Reformador", da Federação Espírita Brasileira, em 1956, todas assinadas por "Um Espírito Amigo". Nesse mesmo ano, ela se revelaria como Joanna e passaria a se assinar Joanna de Ângelis, brindando-nos com sua primeira obra psicografada em 1964, "Messe de Amor". Depois dessa, sua produção tem sido incessante.
     Por sua iniciativa, criou-se na Bahia, uma cópia imperfeita da comunidade onde ela estagia mo Plano Espiritual, dando origem à Mansão do Caminho, iniciada em 1947.
     É esse "Espírito Amigo" que nos exorta na última mensagem da sua obra "Após a Tempestade":  " (...) E unidos uns aos outros, entre os encarnados e com os desencarnados, sigamos.
     Jesus espera.: avancemos."

     



     

   

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