quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Allan Kardec

A vida e a obra de Allan Kardec
Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte Leon Denizard Rivail, (1804 - 1869) foi o codificador do Espiritismo. Nasceu a 3 de outubro de 1804 em Lyon (França).
Tornou-se educador e entusiasta do ensino, tendo sido várias vezes convidado por Pestalozzi, pai da pedagogia moderna, de quem se tornou discípulo, para assumir a direção da escola, na sua ausência. Durante 30 anos (de 1824 a 1854), dedicou-se inteiramente ao ensino e foi autor de várias obras didáticas, que em muito contribuíram para o progresso da educação, naquela época.
Em 1855, o professor francês de aritmética, pesquisador de astronomia e magnetismo, foi convidado por um amigo seu a ver de perto as manifestações que ocorriam nos salões da capital francesa.
Rivail era casado com Amélie Gabrielle Boudet e já ouvira sobre o assunto das mesas girantes e não entendia bem o que estava acontecendo. Homem criterioso, Rivail não se deixava levar por modismos e como estudioso do magnetismo humano acreditava que todos os acontecidos poderiam estar ligados à ação das próprias pessoas envolvidas, e não de uma possível intervenção espiritual.
O professor então participou de algumas sessões, e algo começou a intrigá-lo. Percebeu que muitas das respostas emitidas através daqueles objetos inanimados fugiam do conhecimento cultural e social dos que faziam parte do "espetáculo". Como os móveis, por si só, não poderiam mover-se, fatalmente havia algum tipo de inteligência invisível atuando sobre os mesmos, e respondendo aos questionamentos dos presentes.
Rivail presenciava a afirmação daqueles que se manifestavam, dizendo-se almas dos homens que viveram sobre a Terra. Foi então, que uma das mensagens foi dirigida ao professor. Um ser invisível disse-lhe ser um Espírito chamado Verdade e que ele, Rivail, tinha uma missão a desenvolver, que seria a codificação de uma nova doutrina.
Atento aos dizeres do Espírito, e depois de muitos questionamentos à entidade, pois não era homem de impressionar-se com elogios, resolveu aceitar a tarefa que lhe fora incumbida.
 O Espírito de Verdade disse-lhe ser de uma falange de Espíritos superiores que vinha até aos homens cumprir a promessa de Jesus, no Evangelho de João, capítulo XIV; versículos 15 a 26: "E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque habita convosco e estará em vós... Mas, aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar-se de tudo quanto vos tenho dito".
Através dos Espíritos, Rivail descobriu que em uma de suas encarnações anteriores foi um sacerdote druida, de nome Allan Kardec.
Foi então que resolveu adotar este pseudônimo durante a codificação da nova doutrina, que viria a se chamar Doutrina Espírita ou Espiritismo. Kardec assim procedeu para que as pessoas, ao tomarem conhecimento dos novos ensinamentos espirituais, não os aceitassem por ser ele, um conhecido educador, quem estivesse divulgando. Mas sim, que todos os que tivessem contato com a boa nova a aceitassem pelo seu teor racional e sua metodologia objetiva, independente de quem a divulgasse ou a apoiasse.
A Codificação
A partir daí foram 14 anos de organização da Doutrina Espírita. No início, para receber dos Espíritos as respostas sobre os objetivos de suas comunicações e os novos ensinamentos, Kardec utilizou um novo mecanismo, a chamada cesta-pião: um tipo de cesta que tinha em seu centro um lápis. Nas bordas das cestas, os médiuns, pessoas com capacidade de receber mais ostensivamente a influência dos Espíritos, colocavam suas mãos, e através de movimentos involuntários, as frases-respostas iam se formando. Julie e Caroline Baudin, duas adolescentes de 14 e 16 anos respectivamente, foram as médiuns mais utilizadas por Kardec no início.
Com o decorrer do tempo, a cesta-pião foi dando lugar à utilização das próprias mãos dos médiuns, fenômeno que ficou conhecido como psicografia.
Todas as perguntas e respostas feitas por Kardec aos Espíritos eram revisadas e analisadas várias vezes, dentro do bom senso necessário para tal. As mesmas perguntas respondidas pelos Espíritos através das médiuns eram submetidas a outros médiuns, em várias partes da Europa e América. Assim, o codificador viajou por cerca de 20 cidades. Isso para que as colocações dos Espíritos tivessem a credibilidade necessária, pois estes médiuns não mantinham contato entre eles, somente com Kardec.
Este controle rígido de tudo o que vinha de informações do mundo espiritual ficou conhecido por "Controle Universal dos Espíritos". Disto, estabeleceu-se dentro da Doutrina Espírita que qualquer informação vinda do plano espiritual só terá validade para o Espiritismo se for constatada em vários lugares, através de diversos médiuns, que não mantenham contato entre si. Fora isso, toda comunicação espiritual será uma opinião particular do Espírito comunicante.
Com todo um esquema coerentemente montado, Allan Kardec preparou o lançamento das cinco Obras Básicas da Doutrina Espírita, a Codificação, tendo início em 1857 com o lançamento de "O Livro dos Espíritos". Estes livros contêm toda a teoria e prática da doutrina, os princípios básicos e as orientações dos Espíritos sobre o mundo espiritual e sua constante influenciação sobre o mundo material.
Durante a codificação, Kardec lançou um periódico mensal chamado "Revista Espírita", em 1858. Nele, comentava notícias, fenômenos mediúnicos e informava aos adeptos da nova doutrina o crescimento da mesma e sua divulgação. Servia várias vezes como fórum de debates doutrinários, entre partidários e contrários ao Espiritismo. A Revista Espírita foi a semente da imprensa doutrinária.
No mesmo ano, Kardec viria a fundar a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Constituída legalmente, a entidade passou a ser a sociedade central do Espiritismo, local de estudos e incentivadora da formação de novos grupos.
Allan Kardec desencarnou em 31 de março de 1869, aos 65 anos, vítima de um aneurisma. Sua persistência e estudo constantes foram essenciais para a elaboração do movimento espírita e organização dos ensinos do Espírito de Verdade.
Obras Básicas
n O Livro dos Espíritos – 1857
n O Livro dos Médiuns - 1861
nO Evangelho Segundo o Espiritismo – 1864
n O Céu e o Inferno – 1865
nA Gênese - 1868

O Livro dos Espíritos
n18 de abril de 1857
nMarco de uma nova era: a era do Espírito

n Divide-se em 4 livros:
 nLivro 1º:     Deus, criação e elementos gerais do Universo.
nLivro 2º:  espíritos, reencarnações,   a vida espírita e  a emancipação da alma.
nLivro 3º:  leis morais.
n Livro 4º: esperanças e consolações.
nÉ a espinha dorsal do Espiritismo. Nele se encerra toda a doutrina.
nSendo um livro básico, deve ser lido, estudado, meditado e relido constantemente.

 O  Livro dos Médiuns

n Depois de O Livro dos Espíritos, foi lançado o Livro dos Médiuns (janeiro de 1861).
nParte prática do Espiritismo: a mediunidade, exposta claramente, com um método, tratada cientificamente.
nMediunidade é faculdade normal do espírito encarnado, que sempre existiu na Terra.

nO Espiritismo não inventou a mediunidade, apenas a estudou com seriedade, propondo um   método para colocá-la em prática a serviço do bem coletivo.


O Evangelho Segundo o Espiritismo
n Abril de 1864
n Nova fase do Espiritismo
n O Evangelho
n Veio reviver as palavras de Jesus já deturpadas.
n Trouxe, de novo, a simplicidade do  Cristianismo.
n Recordou os primeiros dias da mensagem de Jesus na Terra, em que a caridade envolvia os primeiros núcleos cristãos.
nEsses núcleos iniciais (as chamadas igrejas relatadas no Novo Testamento) eram muito
  parecidos com os mais simples Centros Espíritas que conhecemos hoje, onde   havia intercâmbio mediúnico com naturalidade.
nCom Jesus começa uma nova era para a Humanidade sofredora de todos os tempos.
nCondenado à morte, Jesus nada reclama; roga ao Pai o perdão para aqueles que o
  insultaram, que o feriram, que o condenaram.  Assim Jesus cria no ânimo dos   seus seguidores novas disposições espirituais.
n Iluminados pela divina influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço de seus semelhantes.
n Simão Pedro e seus  companheiros dedicam-se aos pobres e doentes.
nCasas de socorro para os necessitados.
nAbrem-se escolas de evangelização.
n Surge na Terra uma nova mentalidade.
nAparece o coração educado.
n A gentileza prevalece como norma de boas maneiras.
nInspirando-se em Jesus, homens de pátrias e raças diferentes encontram-se com alegria e
chamam-se de irmãos.
n A beleza desse Cristianismo não se perpetuou ao longo dos séculos.
nVerdades foram adulteradas.
nPalavras falsas foram atribuídas a Jesus.
nCristianismo diferente do que Jesus nos ensinou e vivido pelos seus apóstolos.
nDistorção lembrada para destacar a importância de O Evangelho Segundo O Espiritismo.
nLivro dos Espíritos: base fundamental da Doutrina Espírita.
n O Evangelho: aspecto mais importante – o religioso.

O Céu e o Inferno:

A Justiça Divina Segundo o Espiritismo

n Relatos de espíritos após a morte do corpo físico
nConsequência de ações cometidas quando encarnados.
n Semeadura livre
nColheita obrigatória
n Mostra que não há um céu, dado de presente por cumprirmos rituais
nTambém não há um inferno para onde vão as almas que erraram.
n Mostra a misericórdia
nApós a reparação do erro, estamos livres para caminharmos rumo à felicidade


A Gênese
nLivro científico
n Características da revelação espírita
nDeus e Sua existência
n O Bem e o Mal
n Desempenho da Ciência
nSobre os antigos e modernos sistemas científicos.
nEstudo do espaço, que abrange a matéria, o fluido universal, o tempo e a relatividade do tempo.
nEsboço geológico da Terra: os 6 dias da Criação da Gênese de Moisés.
nCada dia corresponde a um período geológico de milhões de anos.
nSão os períodos pelos quais passou o nosso planeta até chegar aos dias de hoje,que não é o definitiivo, pois tudo evolui no Universo.
n Fala dos milagres do Evangelho.
nSão a ação sábia de Jesus manipulando forças desconhecidas da Humanidade.

Obras Complementares
nO que é o  Espiritismo
n Revista Espírita
nObras Póstumas
 Conclusão

Capítulo 6 de O Evangelho Segundo o Espiritismo: O Cristo Consolador, item 3: O Consolador Prometido


Bibliografia:

nA vida e a obra de Allan Kardec
nObras Básicas da Doutrina Espírita
n Obras Complementares
n Mediunidade – Edgard Armond
nRoteiro – Emmanuel – capítulos 14 a 21
n Legião – Robson Pinheiro
n Revistas O Reformador

Exposição feita por Véra Regina Friederichs, no Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec, no Balneário de Ubatuba, São Francisco do Sul, SC



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