quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Reforma Íntima

- Texto para o quadro:

"Reconhece-se o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelo esforço que faz para dominar suas más inclinações".

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, capítulo 17, item 4, texto Os Bons Espíritas

- Leitura do ESE - Capítulo 17, Sede Perfeitos, item 3, O Homem de Bem

- Ano Novo ( Reflexões sobre as nossas promessas e a realidade, destacando a necessidade da nossa reforma íntima para o ano que começa ser melhor).

- A nossa procura a uma Casa Espírita pode nos levar ao conhecimento Kardequiano e provocar uma reforma íntima.
O que nos leva à Casa Espírita?

Muitos são os motivos: pelo amor, pela dor, convite de alguém, pela razão, para ajudar alguém etc...

E o que acontece? Assistimos palestras, recebemos o passe, tomamos água fluidificada e vamos embora. Somos espíritas apenas dentro da Casa Espírita, estas atitudes irão se repetir por longo tempo. Mas à medida que vamos estudando e compreendendo melhor os ensinamentos espíritas, sentimos que necessitamos nos integrar mais nas ações de reforma moral da sociedade, e nada melhor para fazermos isso do que iniciando por nós mesmos, ou seja, que sejamos espíritas na convivência com o mundo, e isso nos leva à nossa reforma moral.

Todo espírita estudioso caminha nese sentido, porque compreende que o Espiritismo como filosofia busca atingir o seu mais nobre objetivo, que é a reforma moral da criatura.

A grande maioria dos livros escritos pelas vias mediúnicas são ricos de ensinamentos e verdadeiros tratados de saúde mental, com uma terapia baseada no Evangelho de Jesus e na Codificação Kardequiana.

Embora uma linha de pensadores espíritas entenda que os meios de conseguirmos nossa Reforma Íntima são obra e esforço de cada um, as obras literárias estão repletas de indícios e dicas.

Em "O Livro dos Espíritos" no capítulo Conhecimento de si mesmo, à pergunta 919, Allan Kardec questiona aos espíritos: 

Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?

"Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo".

Kardec, profundo conhecedor das deficiências humanas, investiga mais a fundo no desdobramento da questão acima:

919 a) - Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?

"Fazei o que eu fazia, quando vivia na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista do que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar..." (Santo Agostinho)

Parece resultar daí que o conhecimento de si mesmo é a chave do progresso individual.

Esta é uma tarefa que compete a cada um individualmente.

Ocorre-nos lembrar de Benjamim Franklin, estadista, escritor e inventor norte-americano (inventor do para-raio, Boston, 17/01/1706 - Filadélfia 17/04/1790).

Benjamim Franklin era um tipógrafo na Filadélfia, homem fracassado e cheio de dívidas, achava que tinha aptidões comuns, mas acreditava que seria capaz de adquirir os princípios básicos de viver com êxito, se pudesse apenas encontrar o método certo. Método este encontrado e relatado em seu livro a "Autobiografia de Benjamim Franklin.

Franklin escolheu 13 princípios que julgava ser necessário ou desejável aprender e procurar praticar. Escreveu-os em pequenos pedaços de cartolina, com breve reumo do assunto, e dedicou uma semana da mais rigorosa atenção a cada um desses princípios separadamente. Desse modo, pode percorrer a lista toda em 13 semanas, e repetir o processo quatro vezes por ano.

Este procedimento deu tão certo que Franklin utilizou-o ao longo de toda a sua vida, embora mudando os princípios uma vez já tendo controlado aquela deficiência combatida.

Os 13 princípios de Benjamim Franklin eram, tais como escreveu e na ordem que lhes deu:

1. Temperança - Não coma até o embotamento; não beba até a exaltação.

2. Silêncio - Não fale sem proveito para os outros ou para si mesmo; evite a conversação fútil.

3. Ordem - Tenha um lugar para cada coisa; que cada parte do trabalho tenha seu tempo certo.

4. Resolução - Resolva executar aquilo que deve; execute sem falta o que resolve.

5. Frugalidade - Não faça despesa sem proveto para os outros ou para si mesmo; ou seja nada desperdice.

6. Diligência - Não perca tempo; esteja sempre ocupado em algo útil; dispense toda atividade desnecessária.

7. Sinceridade- Não use de artifícios enganosos; pense de maneira reta e justa, e, quando falar, fale de acordo.

8. Justiça - A ninguém prejudique por mau juízo, ou pelaomissão de benefícios que são dever.

9. Moderação - Evite extremos; não alimente ressentimentos por injúrias recebidas tanto quanto julga que o merecem.

10. Asseio - Não tolere falta de asseio no corpo, no vestuário, ou na habitação.

11. Tranquilidade - Não se perturbe por coisas triviais, acidentes comuns ou inevitáveis.

12. Castidade - Evie a prática sexual sem ser para a saúde ou procriação; nunca chegue ao abuso que o enfraqueça, nem prejudique a sua própria saúde, ou a paz de espírito ou reputaçao de outras pessoas.

13. Humildade - Imite Jesus e Sócrates.

A quantos desejarem experimentá-lo, sugere-se analisarem-se, buscando aquelas deficiências mais comuns e corriqueiras, que sabemos possuir, ou as qualidades que não temos mas que gostaríamos de ter, adaptando o método às necessidades e interesses de cada um. Ao alcançar uma conquista, alterar a meta, buscando por outra, que vão surgindo ao longo do tempo, mas cuidando sempre para que não incorram em recaída.

Este não é o primeiro e nem será o último método inventdo, que visa à melhoria das pessoas através da reforma íntima, mas com certeza, nos aponta mais uma aternativa palpável e simples, que está ao alcance de quantos tiverem a coragem e a vontade firme de empreender esta luta íntima na escalada evolutiva.

Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no capítulo 17, Sede Perfeitos, Allan Kardec escreveu:

"Reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação oral, e pelos esforços que emprega para domar as suas más inclinaões".

Na Bíblia, em "O Novo Testamento", Tiago em suas epístolas nos adverte: "Fé sem obras é estéril".

Conclusão

Podemos procurar no texto O Homem de Bem, lido no início desta doutrina um bom exemplo para a nossa reforma íntima. Complementando este roteiro vamos buscar na moral dos Espíritos superiores, que se resume como a de Cristo, nesta máxima evangélica:

"Fazer aos outros o que gostaríamos que eles nos fizessem ou seja, fazer o bem e não fazer o mal. O homem encontra nesse princípio a regra universal de conduta mesmo para as menores ações" (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Introdução, item VI, Resumo da Doutrina dos Espíritos).

Naquela introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, resumindo suas bases fundamentais, o codificador, no final do item VI, expõe que os Espíritos "nos ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natueza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, desde este mundo, se liberta da matéria, pelo desprezo para com as futilidades mundanas e o cultivo do amor a próximo, se aproxima da natureza espiritual. E que cada um de nós deve tornar-se útil, segundo as faculdades e os meios que Deus nos colocou nas mãos para nos provar, que o Forte e o Poderoso devem apoio e proteção ao Fraco, porque aquele que abusa da sua força e do seus poder, para orimir o seu semelhante, viola a lei de Deus.
Eles ensinam, enfim, "que no mundo dos Espíritos, nada podendo estar escondido, o hipócrita será desmascarado e todas as suas torpezas reveladas; que a presença inevitável e em todos os instantes daqueles que prejudicamos é um dos castigos a nós reservados; que aos estados de inferioridade e de superioridade dos Espíritos correspondem penas e alegrias que nos são desconhecidas na Terra.

Mas eles nos ensinam também "que não há faltas por piores que sejam que não possam ser apagadas pela expiação. O homem encontra o meio necessário, nas diferentes existências, que lhe permite avançar, segundo o seu desejo e os seus esforços na via do progresso em direção à perfeição, que é o seu objetivo final."

Vencidas as primeiras dificuldades, a misericórdia do nosso Divino Criador já nos faz colher os primeiros frutos do nosso trabalho, nas manifesações das alegrias reconfortadoras do espírito.

Quando se fala em reforma íntima não podemos esquecer da importância do vigiai e orai e do cuidado constante que devemos ter sobre os nossos pensamentos, sentimentos e atitudes.

Portanto, se ainda não nos sentimos tocados em profundidade, e se nas nossas inquietações não estamos trazendo o conhecimento espírita para o terreno das mudanças no nosso comportamento, não estaremos aplicando a Doutrina em benefício da nossa própria evolução, e não poderemos, a rigor, ser reconhecidos como espíritas. Poderemos ser profundos conhecedores da sua filosofia ou profundos pesquisadores da sua ciência, o que nos conferirá apenas a condição de teóricos.

Vivência, aplicação, exemplificação, transformação, eis as características do espírita autêntico; eis a base estabelecida por Allan Kardec.

Que Jesus nos ilumine e guie.

Muita paz.

 Bibliografia:

1. O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
2. O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
3. O Homem Integral - Joanna de Angelis
4. Autobiografia de Benjamim Franklin
5. Repositório de Sabedoria - Divaldo Pereira Franco

Doutrina proferida no Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec, Balneário de Ubatuba, São Francisco do Sul, SC, por Véra Regina Friederichs

Um comentário:

  1. É por isto qe eu gosto da doutrina e por isto que eu gosto de vc amiga que eu nem vejo tanto mas quando nos vemos é sempre uma festa
    abraços da fernanda

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